quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Obras e congestionamentos irritam e prejudicam usuários da BR – 101

Flávio Azevedo
Imagem feita por um dos milhares de motoristas que ficaram agarrados no congestionamento essa semana.
Verão, temperatura nas alturas, férias, alta temporada, rodovias cheias de veículo. O que parece ser o enredo de momentos de prazer e alegria para muitas famílias se transforma em tormento, quando os usuários precisam transitar pela BR – 101, principalmente no trecho entre Itaboraí e Niterói. As constantes obras realizadas na rodovia pela Autopista Fluminense, concessionária que administra a estrada, em vários pontos reduzem o trânsito para uma pista, o que gera grandes congestionamentos, transtornos, prejuízos e muita irritação ao usuário. 
– Aliás, é uma obra eterna. Num trecho que não chega a 60 km. Eu nunca vi esta pista sem obras. Antes do pedágio tínhamos que andar devagar por causa dos buracos. Agora andamos quase parando por causa das obras – reclama o médico Lauro Stein Júnior. O internauta, Leonardo Lima; menciona outras razões para os congestionamentos. “No feriado de fim de ano liberam todos os radares, mas a Polícia Rodoviária Federal deixa armado aquele "treco" de 40 km para interromper o trânsito de Itaboraí até Rio Bonito, sem necessidade, já que não tinha ninguém fazendo a blitz”, afirma.

Se as duas pistas da rodovia já não estão dando conta do fluxo de carros, sobretudo nos fins de semana e alta temporada, o trânsito reduzido para uma pista de rolagem torna o deslocamento inda mais estressante. Mas não é só pessoas em férias e passeando que são atingidas. Pessoas que buscam atendimento médico em outros centros, pessoas com compromissos profissionais, também são prejudicadas. Por vezes o próprio veículo não suporta o calor.
– Hoje, eu estava com minha mãe doente no carro, quando ele apresentou defeito. Muito tempo no calor. Saímos de Niterói às 10h30min da manhã e só chegamos (em Rio Bonito) às 15h30min. Não dá para entender. Todo ano é isso – reclama Nádia Guimaraes Marinho, numa das postagens sobre o assunto nas mídias sociais. O advogado, Aécio Lopes; conta uma história parecida. “Levei minha mãe para uma consulta em Niterói na parte da manhã, cedo, e na volta ficamos 3h presos no engarrafamento”. 

O comerciário, Rusivel Rangel Faria; ironiza. Ele comenta que a empresa concessionária para escolher a temporada de férias para fazer a recuperação da rodovia. “Só fazem obras no período que vai das festas de fim de ano até a Semana Santa”. Acompanha o pensamento o internauta, Leandro Brancallião. “Manutenção numa época em que o Rio de Janeiro sobe para a Região dos Lagos é uma falta de respeito tremenda. Quilômetros de congestionamento. Por que não fazem durante a madrugada como na Dutra”, questiona. O internauta Eric Castro também deixa o seu testemunho. “Ontem gastei 6h para ir e voltar de Rio Bonito a Magé”.

O internauta Ronnie Peterson Antunes sugere que os usuários da BR – 101 liguem para a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e denunciem o que está acontecendo. “É só ligar para a ANTT e denunciar. Eu já fiz isso, hoje, vamos ligar 166”.
– Viajei no dia 30 de dezembro para Minas Gerais. Paguei pedágio para trafegar numa rodovia cheia de buracos. Hoje eu arrumei tempo e mandei uma reclamação para ouvidoria da ANTT. Se todo mundo fizesse reclamações sobre as concessões, não haveria tantos problemas para os usuários – frisa Henrique Baêta.

A funcionária pública, Nelma Sá; afirma que as obras não são realizadas de madrugada, quando o fluxo de veículos é menor, “porque nesse horário a realização não ganharia visibilidade, por isso precisam fazer durante o fluxo”. O internauta Diego Campos faz menção aos operários que trabalham sob o sol escaldante. “Coitados dos funcionários que recebem uma mixaria e ainda por cima são xingados por estarem trabalhando”. Reforça essa preocupação a internauta, Estefânia Garcia. “É absurdo com os usuários e com os profissionais. Nesse calor de 40 graus, para esses trabalhadores a sensação térmica deve chegar a 60 graus”.

Diante da falta de explicações e constantes desserviços, às teorias da conspiração são inevitáveis. Entre essas conjecturas está a notícia de que a retenção no retorno de Manilha é proposital para a concessionária não ser forçada a liberar o fluxo na praça do pedágio por conta do excesso de veículos.
– O que me causa estranheza, que passam pela rodovia, advogados, promotores, juízes, entre outros, e que eu saiba, não existe nenhuma ação judiciária para conter esse desmando – pondera o ex-vereador de Rio Bonito, Marcus Botelho. Na esteira do pensamento de Botelho está o músico, Dirceu Rodrigues. “Não entendo porque ninguém faz nada. Isso para mim e crime. Você ficar com sua família num sol de 40 graus é um absurdo”.

Outra preocupação dos usuários é com a violência e os constantes arrastões, que seria um atrativo para os marginais. “Tendo em vista que a BR – 101 está muito perigosa e os arrastões são constantes, essas obras causam engarrafamentos que podem facilitar a ação dos bandidos que trafegam fortemente armados, de motos, pela contra mão da rodovia”, alerta a internauta Mariana Lourenço.

Reclamações

Para problemas percebidos nas estradas federais, o usuário pode mandar sua reclamação e denuncia para a página eletrônica da Ouvidoria da ANTT, pode ligar gratuitamente para telefone 166 ou enviar e-mail para ouvidoria@antt.gov.br. Já para as rodovias estaduais o principal canal de contato é a Agetransp. Através dela, você pode enviar suas dúvidas, elogios ou reclamações sobre as concessionárias por nós reguladas. O usuário pode enviar e-mail para ouvidoria@agetransp.rj.gov.br ou ligar 0800 285 9796, de segunda a sexta, entre 7h e 19h.

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