sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Diretoria do Hospital Darcy Vargas em pé de guerra

Flávio Azevedo
Eu realmente estava surpreso com a estranha calmaria no Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV) nos últimos meses. O fim do ano chegou, passou e ninguém reclamou atraso nos salários, não tenho notícias de atraso no 13º salário... Estou pensando que as coisas estavam indo de vendo em popa. Que nada! Se a situação com os funcionários está resolvida, o que fiquei sabendo é que na diretoria da instituição o pau está comendo. E dessa vez não adianta querer culpar o prefeito Mandiocão. Quando ele manda mal eu bato, mas dessa vez ele não tem culpa. Aliás, seria melhor se os problemas atuais fossem responsabilidade dele, porque quando a Prefeitura é culpada, nós movimentamos as redes sociais, a opinião pública e os problemas logo se resolvem. 

Mas esse atual conflito nós podemos classificar como “briga no ninho”, situação que sempre foi o principal causador dos prejuízos que o hospital colecionou ao longo das últimas décadas. Essa “briga no ninho” nunca é exposta, porque os “briguentos” são cínicos e se aproveitam dos prefeitos. Como assim? Simples. Os prefeitos se metem a resolver o problema, que na verdade não é deles, porque o hospital não é publico. E o que ganham? Ganham protagonismo negativo, porque ficam mal com a opinião pública os “briguentos” fazem pose de quem peidou no elevador “não foi eu”.

A prova de que a briga atual é no ninho é a carta aberta que recebi contando a história de Três Porquinhos Atrapalhados, a Dama de Ferro e um Bobo da Corte. Na história tem rei, tem palácio, tem traição, tem conspirações; uma narrativa que deixa claro estar o “reino dividido”. Ou seja, “briga no ninho”. Quando eu lembrei que no próximo mês de março haverá eleições para escolher a nova diretoria do hospital, eu fiquei ainda mais tranquilo para chamar o caso de “briga no ninho”. 
A primeira parte da carta que está circulando no WhatsApp com críticas a diretoria do HRDV.
A carta tem uma narrativa similar aos contos dos Irmãos Green, mas mistura tramas que lembram os enredos de “As Aventuras de Pedro Malasartes”, “Os Três Porquinhos”, “O Mágico de Oz”, entre outras fábulas. Pelo que diz a carta, “Os Três Porquinhos Atrapalhados”, estão mais para Lobo Mau que para Heitor, Cícero e Prático. Chego a essa conclusão, porque a carta diz que “um porquinho tinha uma padaria quebrando, o outro uma empreiteira quebrada e outro tinha falido quatro empresas”, dando a entender que usaram o hospital para equilibrar os seus negócios.

Confesso que fiquei surpreso com a tal carta. Fiz alguns telefonemas, mandei algumas mensagens e descobri que a diretoria do HRDV está em pé de guerra e boa parte do time que apoiava o presidente, José de Aguiar Borges, o Kaki; abandou o barco E SE AFASTOU. 
A segunda parte da carta que está circulando no WhatsApp com críticas a diretoria do HRDV. Pena que o autor foi frouxo e não assinou.
E aqui eu gostaria de fazer algumas reflexões sobre esse clássico fenômeno: “ELE SE AFASTOU”. Minha gente, se os problemas existem, se rola alguma insatisfação por conta de situações mal explicadas, porque quem tem razão sai com o rabinho entre as pernas? Já notaram isso? A única justificativa que me ocorre quando eu vejo esse fenômeno se repetindo ano após ano é CULPA NO CARTÓRIO. 

Aliás, esse sair com rabinho entre as pernas é clássico no hospital e existe antes do tempo em que trabalhei por lá (anos 90). O sujeito descobre uma irregularidade e sai emburradinho. As cenas seguintes são de dar risada, mas no fundo são deprimentes. O emburradinho chama os amigos de chope e divide com eles a insatisfação. Juntos eles choramingam a frustração e já iniciam um plano de vingança, mas a irregularidade que ele poderia ajudar a corrigir segue acontecendo. 

Outro cenário muito comum nessas histórias é o emburradinho omitir dos coleguinhas indignados que ele saiu caladinho, porque, direta ou indiretamente, ele tem rabo preso. E o negócio fica engraçado quando esse grupo de indignados consegue ser vitorioso. Ao chegar a presidência do hospital eles descobrem que o colega emburradinho não era o santo que eles pensavam. O que acontece? ELES SE AFASTAM, saem emburradinhos e se juntam no clube do chope para planejar nova conspiração.  
Mas as providências que precisam ser tomadas embasadas diante de ilícitos, isso vai sendo deixado pra lá, porque um está emburradinho, o outro com pressão alta, o outro está deprimido... Sinceramente... Rio Bonito é uma cidade linda, tem uma população bacana, mas reúne uns grupelhos formados por figuras pavorosas que se acham as últimas bolachas do pacote, mas são um bando de pangaré.

PS: esse cenário se estende a todos os demais segmentos (sócio, político, econômico e religioso). Detalhe: é essa postura imbecil que mantem a cidade sendo governada pelos mesmos pangarés por quase 30 anos.

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