Flávio Azevedo
A advogada Valéria Santos foi desacatada e violentada por representantes do Estado durante o exercício da sua profissão. |
A notícia da terça-feira (11/09) é a história absurda da advogada Valéria dos Santos que foi algemada e presa por policiais militares durante uma audiência no 3º Juizado Especial Cível de Duque de Caxias, no Rio. Tudo começou depois que uma juíza leiga e a advogada discutiram se incluiriam ou não uma contestação no processo. A discussão foi gravada em vídeos e tomou conta das mídias sociais.
Aproveito a oportunidade para lembrar que situações como essa fazem o poder Judiciário acumular a antipatia da população. É nítido que nesse poder existe uma aura de divindade que é pura convenção social. O adágio popular diz que “juiz pensa ser Deus e desembargador tem certeza”. E isso é batata!
Acrescento ainda que essa modinha de juízes leigos atuando nos juizados especiais e nas audiências de conciliação acabam não ajudando, e, por vezes, atrasam ainda mais os interesses do cidadão. A celeridade de algumas decisões, por exemplo, aguardam apenas um toque no enter do notebook, mas esse clique leva meses para acontecer. O mais grave é que não existe explicação plausível para essa situação e quando alguém se mete a fazê-lo a desculpa é contaminada pelo corporativismo.
As imagens da advogada algemada, jogada no chão, estão sendo entendidas por muitos como desrespeito a mulher, discriminação aos negros, insulto aos advogados... Eu entendo esse triste episódio como um desacato aos brasileiros, afinal de contas o advogado é também uma representação do povo.
Que esse exagero seja punido exemplarmente e que esse clube do Uísque que atende pelo nome de poder Judiciário, inclusive, tratado por figurões do segmento como uma extensão dos seus quintais, também possa receber a renovação que almejamos para os poderes, Executivo e Legislativo.
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