quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Segue projeto de levar água de Rio Bonito para Maricá

O Projeto da represa que pode ser construída entre os municípios de Rio Bonito e Tanguá sendo apresentado aos prefeitos. 
Após anos de espera, Maricá finalmente vai receber, em dois anos e meio, os primeiros metros cúbicos de água da transposição do Rio Tanguá, em Rio Bonito. Segundo o coordenador de Saneamento do município Irinaldo Cabral da Silva, a ideia surgiu para suprir a necessidade de atender a região central do município, abastecida pelo Rio Ubatiba que atende pouco mais de 20% da população que viu o crescimento da cidade ser maior do que a capacidade de fornecimento do rio. Uma parte de Itaipuaçu e de Inoã já é beneficiada por tubulações ligadas ao sistema Imunana-Laranjal, operado pela Cedae.
– O Rio Ubatiba é um rio que nasce e deságua no próprio município de Maricá, e com isso tem uma produção muito variada. Em épocas de chuvas fortes tem uma produção razoável, mas em época de menos chuvas tem-se uma produção de água muito pequena. Como aqui é uma região que chove pouco, a população fica muito dependente desse manancial. A construção do sistema de Tanguá com certeza vai fazer com que a distribuição de água para o Centro se estabilize – assegura Irinaldo.

No fim de outubro o prefeito de Maricá, Fabiano Horta, assinou convênio com o Governo do Estado e com a Cedae para investimento no valor de R$ 260 milhões no sistema de abastecimento de água Tanguá/Maricá com a construção de uma barragem, localizada entre a divisa dos municípios de Tanguá e Rio Bonito. Trata-se do primeiro modelo no estado de uma Parceria Público- Público. Além disso, pelo convênio a Prefeitura também vai assumir o serviço de tratamento de esgoto na cidade.

O sistema vai funcionar com adutoras a partir do reservatório. A previsão do coordenador da obra é de que a água desça pelas tubulações subterrâneas e terão 23km de extensão por gravidade até Maricá. Na cidade praiana os moradores vão contar com uma parte da água que será direcionada para a Estação de Tratamento de Água (ETA), já existente no Flamengo, que tem capacidade de operação de 120 litros por segundo. Outra parte será destinada para uma nova ETA, ainda sem local definido a ser construída, com capacidade de tratar 400 litros por segundo.

Segundo Irinaldo, Rio Bonito terá contrapartidas ambientais e a Prefeitura de Maricá, com recursos próprios, vai construir a barragem no Rio Tanguá que vai permitir o abastecimento hídrico para todo o município até 2035. A barragem de 25 metros de altura será feita em um local identificado pelos técnicos como ideal, na divisa entre os municípios de Rio Bonito e Tanguá, para a formação de um lago com uma área de 500 hectares. A partir desta formação, haverá condições de produzir uma vazão na ordem de 800 litros por segundo, dos quais 500 litros/segundo serão destinados para Maricá e o restante irá para a cidade de Tanguá.

Sobre a sustentabilidade do projeto com a questão do saneamento Irinaldo afirma que tudo está sendo feito passo a passo. “Em paralelo à obra da barragem do rio Tanguá, será construída, pelo município, uma rede de saneamento de esgoto, com duas Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs): uma em Itaipuaçu e outra na Mumbuca”, realçou. Segundo ele, Maricá assumirá a competência de atuar na área de esgoto.
– Vamos caminhar paralelamente com o projeto da água. A tecnologia vai nos ajudar a impedir que o esgoto difuso seja lançado in natura nas galerias de águas pluviais ou cinturão de galerias pluviais, possibilitando o tratamento dos canais de Mumbuca e do Centro, que são os maiores poluidores da lagoa. Com esse sistema, o nível do tratamento denominado terciário deve chegar a 95%. Dessa forma, há uma estimativa de reduzir em 60% a poluição nestas galerias – garantiu o coordenador.

Fonte: A Tribuna de Niterói

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