Flávio Azevedo
O promotor Marcelo Arsenio lidera as investigações em Silva Jardim. |
Correligionários e simpatizantes do ex-prefeito de Silva Jardim, Anderson Alexandre (Solidariedade); passaram as últimas semanas em rodas de conversa e bate papo de amigos, afirmando que nos próximos dias o ex-prefeito, que também é deputado estadual eleito, seria posto em liberdade. Essa esperança, porém, fica adiada para uma oportunidade futura, uma vez que na noite da última quinta-feira (13/12), mais uma operação sacudiu o município de Silva Jardim. A ação é resultado de investigações que apuram denúncia de fraudes em Atas de Convenções Partidárias ocorridas no município.
A operação dessa quinta-feira, ao contrário do que foi divulgado inicialmente, não é um desdobramento da Operação Apagão, que no dia 30/11 prendeu, além do ex-prefeito, o presidente da Câmara de Vereadores, Roni Luiz Pereira (Solidariedade); e pessoas de confiança da administração municipal. A Operação Apagão apura corrupção na contratação da empresa responsável por cuidar da Iluminação Pública de Silva Jardim. Segundo as investigações, o ex-prefeito teria negociado propina de R$ 150 mil. Já a operação dessa quinta investiga ilícitos no processo eleitoral.
Segundo informações do Ministério Público, a operação fez busca e apreensão em vários endereços. Também foram cumpridos 11 mandatos de condução coercitiva contra vereadores e candidatos não eleitos. Todos integram os partidos da coligação que apoiaram a reeleição do ex-prefeito, Anderson Alexandre; em 2016.
Como resultado da operação, a vereadora, Marcilene Mendonça Xavier; foi afastada do mandato por tempo indeterminado. A Justiça também determinou a prisão da assessora de gabinete da Prefeitura de Silva Jardim, Thais Gabardo; e da chefe de gabinete da presidência da Câmara de Vereadores, Aline Cristina Garcia.
Repercussão
A vereadora, Marcilene Xavier; junto com o ex-prefeito, Anderson Alexandre. |
Nas ruas de Silva Jardim, cidade conhecida pela tranquilidade e pelo povo ordeiro e pacato, o assunto é tratado como tabu e nem todos externam o que pensam sobre o que está acontecendo nas últimas semanas no cenário político do município. Declarações incisivas somente daqueles que são ligados aos grupos políticos opositores ao ex-prefeito, Anderson Alexandre; mas mesmo assim considerações bem mais amenas que aquelas que se ouve quando o gravador e a câmera estão desligados.
Sem a presença dos equipamentos de gravação, nomes são apontados, valores são mencionados, vantagens ilícitas de toda ordem são descritas; um histórico importante de desmandos é relato. O silêncio é um típico retrato de cidades de menor porte onde a Prefeitura é o maior empregador. No fundo muita gente acha que mesmo presas, as lideranças políticos seguem comandando o município através de terceiros e estão convencidas de que externar suas opiniões pode resultar em perseguição.
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