Flávio Azevedo
“A Nova Onda do Imperador” é um filme de animação vivido num reino fictício inspirado em traços culturais pré-colombianos (Maia, Inca e Asteca). Lançado em 2000, o longa conta a estória do arrogante “Imperador Kuzco”, que no início da trama é transformado em lhama por sua conselheira, a bruxa Yzma. Na forma de lhama, o mimado e egoísta monarca acaba perdido na floresta. Sua única chance de recuperar o trono e a forma humana é com a ajuda de Pacha, um camponês de quem ele queria tomar a propriedade para fazer uma casa de campo.
Essa animação ilustra bem a nova malandragem do prefeito de Rio Bonito José Luiz Antunes (PP). No melhor estilo “Kuzco” ele inventou uma nova estratégia para ao mesmo tempo enganar a população, tirar a atenção do riobonitense para sua pífia gestão e por a culpa dos seus insucessos e equívocos na Câmara Municipal. Por volta das 18h dessa quinta-feira (03/10), a mídia eletrônica da Prefeitura Municipal de Rio Bonito noticiou que a cidade conseguiu autorização do estado para implantar um Colégio Cívico-Militar. A publicação diz que a novidade “aguarda autorização dos vereadores” e ressalta que a “mensagem enviada à Câmara precisava ser aprovada ainda hoje”.
A malandragem do poder Executivo foi entendida pelos vereadores e o presidente da Casa, vereador Humberto Belgues (PSL); que na sessão de terça-feira (01) já tinha feito um discurso crítico à administração municipal, voltou à tribuna da Casa. Dessa vez para oferecer esclarecimento sobre esse assunto, mostrar que o poder Legislativo tem ritos que precisam ser obedecidos e expor a manjada estratégia do Executivo: culpar os vereadores pela possível perda da novidade, uma vez que a mensagem protocolada na Casa não trouxe projeto e não deu informações básicas sobre o seu funcionamento, o seu custeio e como se dará o ingresso na unidade, que pela qualidade e rigidez do ensino agradam muito pais.
– A mensagem chegou a Casa na última terça-feira (01) às 16h20min e não foi lida, porque o Expediente estava fechado. Foi lida hoje! Tudo dentro dos trâmites. Vale frisar que há cerca de dois meses o prefeito participou de um evento que tratou dessas escolas. E o município só soube disso agora? E de que forma se dará a vinda dessa escola para o município? É convênio? Termo de cooperação técnica? Quem vai custear? – questionou o presidente da Câmara, que usou a UPA, mantida de forma tripartite (governos, municipal, estadual e federal), para provocar uma reflexão. “O estado deixou de mandar a sua parte e ficou devendo R$ 15 milhões ao município. Para não fechar a UPA o município bancou a parte do estado, dinheiro que poderia ter sido investido na Educação”.
Falta de prioridades
O presidente da Câmara aproveitou a oportunidade para apontar a falta de prioridades da gestão municipal e lembrou que na próxima segunda-feira (07) se completarão três meses que os servidores municipais em auxilio doença não recebem os seus pagamentos. “Ninguém aqui vai deixar de votar a escola, mas os questionamentos precisam ser feitos. A Escola Cívico-Militar foi anunciada para ser implantada no prédio onde funciona o Espaço Municipal de Ensino Supletivo (Emes), que vai para onde? Vai para o espaço onde funciona a Escola Especial José Reis. Ótimo! E o José Reis vai pra onde?”, questiona Humberto; acrescentando que “não podemos ceder a pressões mesquinhas”.
Em sua explanação, que começou tratando da cessão do prédio da Biblioteca Municipal para a Receita Federal atendendo pressões externas, o vereador destacou que por conta dessa aprovação do passado a Biblioteca nunca mais teve um local decente para ser montada e destacou as muitas mensagens que chegam a Câmara Municipal para serem aprovadas a toque de caixa e não saíram do papel.
– Sistema de Monitoramento por Câmeras... Está onde? Votamos em 2018. Tem que votar, porque vamos perder o convênio... Sistema de Informática do Município... Está onde? Dois anos e oito meses e não conseguem fazer uma licitação para cuidar da manutenção da Iluminação Pública... E a culpa é da Câmara? Nós somos culpados pelo desgoverno que está instalado em nossa cidade? Devemos respeito e resposta a população, mas temos responsabilidades – diz o vereador, destacando que ninguém quer brigar com ninguém e ressaltando que ainda está tentando ser parceiro, “em nome do desenvolvimento da cidade”.
Sobrepreço no Natal Bonito
A planilha da Prefeitura que mostra o sobrepreço do pisca-pisca. |
O vereador encerra suas considerações frisando o sobrepreço evidente encontrado na compra de pisca-pisca para ornamentar a cidade para o Natal Bonito, “uma situação que será difícil o município conseguir explicar”. Segundo o parlamentar ele foi alertado por um munícipe e recebeu as provas do sobrepreço.
– Enquanto nas lojas comerciais o pisca-pisca custa R$ 7,14 a Prefeitura comprou o mesmo material a R$ 36,50. São 512% de sobrepreço. E a culpa é da Câmara? Por favor! Nós temos responsabilidades com o nosso município. Se o desgoverno está instalado não é culpa nossa. Pelo contrário! Fizemos de tudo para auxiliar o prefeito a governar o município, mas ele não quer parceria com ninguém. Mais uma vez eu quero lembrar a responsabilidade que temos diante de cada voto recebido, porque ano que vem tem eleição e o povo está vendo – concluiu.
Aaaah cansei... não damos conta!
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