domingo, 6 de outubro de 2019

Casarão de Boa Esperança é demolido para celebrar Dia Municipal da Cultura em Rio Bonito

Flávio Azevedo
Na última sexta-feira (04/10), em Rio Bonito, foi o Dia Municipal da Cultura. Fiz um comentário na minha Fanpage sobre o assunto. Na postagem homenageei o nosso saudoso, Leir Moraes; patrono da data. Também reclamei a falta de eventos que celebrassem a ocasião.

Mas eu estava enganado.

Havia um ‘acontecimento apoteótico’ preparado para celebrar o Dia Municipal da Cultura, no dia seguinte: a demolição do “Casarão de Boa Esperança”. Aquela simpática construção de janelas azuis, as margens da RJ - 124 (ViaLagos), localizada na entrada da estrada de Nova Cidade, em frente a Igreja Católica de Boa Esperança, que certamente testemunhou chorosa a derrubada do Casarão que pelo abandono poderia ruir a qualquer momento.

Estou no jornalismo há 12 anos. Nesse tempo, pelo menos uma vez por ano eu fiz alguma postagem ou comentários sobre a importância de preservar o Casarão, um patrimônio cultural do nosso município e da nossa história. Para quem não sabe o Casarão recebeu uma comitiva real em Junho de 1868. Nele passaram a noite, a princesa Isabel e o Conde D’eu, seu esposo.

O Dia Municipal da Cultura é celebrado em 04/10, em homenagem a Leir Moraes, que nasceu na Prainha, lá no 2º Distrito, em 1935. No início da minha carreira eu fui muito incentivado e estimulado a escrever, enfrentar, questionar e provocar pelo meu amigo, Leir Moraes; que eu sempre chamo de “professor”.

Diante do ocorrido, eu fico aqui me perguntando o que Leir escreveria diante dessa perda, sobretudo se pensarmos o que ela representa.

Eu já celebrei, em 2016, um Dia Municipal da Cultura, numa Praça Fonseca Portela sem iluminação. Apesar da divulgação de que envolta do busto do saudoso Leir Moraes, artistas locais, como os integrantes do Lua Branca, estariam promovendo um Ato pelo Dia Municipal da Cultura e um memorial ao poeta Leir Moraes, a praça da cidade há décadas governada por gente sem luz estava no escuro.

Com tristeza eu vejo que a treva cultural passou de um governo para o outro. Os anos passam e a escuridão só aumenta. Eu pensei que celebrar o Dia Municipal da Cultura numa praça apagada fosse o acontecimento mais bizarro que eu teria registrado na minha curta carreira.

Eu estava enganado.

Nesses 26 anos que duas pessoas lutam pelo título de “Pior Prefeito de Rio Bonito”, dessa vez esse governo se superou: a demolição do Casarão de Boa Esperança é de longe a celebração mais bizarra que eu vi essa gente patrocinar peara festejar o Dia Municipal da Cultura em Rio Bonito.

Mas apesar dessa gente, vamos em frente! #flavioazevedo

OBS: as fotos foram copiadas do amigo, Dawson Nascimento da Silva; que também escreveu sobre o assunto.

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