sábado, 18 de agosto de 2018

Jovens com protagonismo e liderança derrubariam o cenário de corrupção

Flávio Azevedo
De acordo com reportagem veiculada pelo G1, o número de eleitores jovens caiu significativamente por conta de desilusão com a política e pela falta de identificação com os partidos. A reportagem é interessante, trás números reveladores, mas é incompleta, porque não avança sobre as reais causas para essa desilusão e falta de identidade com a política e com os políticos.

Primeiro é importante destacar que não é somente o jovem que não se sente representado pelo atual quadro de políticos do Brasil. Muitas pessoas, que inclusive estão inseridas na política, também se sentem órfãs de representatividade. Mas por que esses jovens não ingressam na política para representar aqueles que não se sentem representados? É... É agora que a porca torce o rabo, porque as respostas para essa discussão não interessam as forças dominantes.

O mantra “política é para ladrão” tem um único objetivo: afastar as pessoas de bem do cenário político para que o poder seja mantido na mão das quadrilhas que há anos assaltam o país através dos cargos eletivos. “Sai disso, porque política é pra bandido!" é outra afirmação construída para afugentar as pessoas que possam liderar algum tipo mudança real ao ingressar na vida pública!

Especialmente sobre o jovem é bom destacar que a formação de base castra os perfis de liderança. Ainda na infância as crianças que demonstram ter influência sobre os coleguinhas são classificadas como “mandões”. Aliás, por vezes esse perfil sequer é trabalhado. Muito se disse que a disciplina Moral e Cívico tinha o propósito de forjar indivíduos dóceis. Todavia, esse controle de personalidades apenas mudou de lugar.

A timidez e a insegurança natural aos jovens, comportamento que deve ser administrado com doses de encorajamento e incentivo, ao longo do tempo foram trabalhadas na contramão, para que se formassem indivíduos dóceis e avessos a qualquer tipo de protagonismo. Meninos e meninas foram levados a entender que é pagar mico assumir papeis de liderança e destaque.

Acabam não percebendo ser isso a estratégia maquiavélica de uma máquina invisível que tem a pretensão manter o “status quo” e assegurar o poder na mão da classe dominante, que está desacreditada, corroída pelos escândalos, mas não larga o osso. Pensemos nisso!

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