segunda-feira, 24 de agosto de 2020

O caso Flordelis e as lições sobre a perigosa alienação religiosa

Flávio Azevedo
A deputada federal, Flordelis (PSD).
A pauta dessa segunda-feira (24/08), sobretudo entre evangélicos, é o retorno da deputada federal, Flordelis; ao noticiário policial. Depois de mais de um ano de investigação a polícia não tem dúvidas de que a execução do pastor, Anderson do Carmo; marido da deputada morto na madrugada de 16/06/2019, foi arquitetada por ela. A polícia descobriu que Flordelis chegou a procurar um pistoleiro para praticar o crime.
– Não nos restam dúvidas de que ela foi a cabeça desse crime. Ela chegou a contratar pistoleiro em outras ocasiões, mas o crime não foi executado. Por fim, a família conseguiu convencer o Flávio – disse o delegado Allan Duarte, titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI), responsável pelo caso.

O enredo do crime, a acusação da polícia, o que a investigação descobriu, a operação que prendeu filhos e uma neta do casal; tudo isso foi noticiado nos telejornais e sites dos principais veículos de comunicação do país. Eu, porém, gostaria de me debruçar numa pauta que nós não veremos por aí, porque pode “desagradar”, sobretudo aquelas pessoas que parecem viver num mosteiro e não num Brasil desigual, violento e repleto de oportunistas. 

Para começar é importante refletir nas palavras de Jesus de Nazaré escrita pelo discípulo Mateus. “Nem todo que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mateus 7.21). Por ocasião da morte do pastor, caso que gerou comoção, sobretudo diante da suspeita de envolvimento da esposa, um monte de gente, aquele pessoal que é mais fã dos líderes religiosos que de Jesus, ficou indignado com quem desconfiava da Flordelis.

À época, sob protestos de alguns eu escrevi, e vou escrever novamente, a frase triste, mas real que é atribuída a Karl Marx e Hegel que disseram ser “a religião o ópio do povo”. Até hoje os dois pensadores são qualificados como “demônios” por terem feito essa afirmação, mas é nítido que em pleno século 21 ainda tem muita gente embriagada com esse ópio chamado “religião”. 

Na Idade Média, o catolicismo impunha a sua filosofia através do medo e ignorância. Atualmente, não precisa ser sociólogo para perceber que vários líderes religiosos de qualquer credo, como nos tempos medievais, usa a miséria e a alienação que alguns chamam de fé para manter igrejas lotadas e construir carreiras políticas. O pior de tudo é que não se pode desconfiar dessa gente, porque o desconfiado logo ganha a alcunha de desagradável ou endemoniado.

Quando eu era jovem um homem que conheci dizia que “bobo não acaba, quando morre um bobo nasce 10”. Quando ele dizia isso provocava a irritação de alguns e o riso de outros, simplesmente por ser uma teoria condenada pelo politicamente correto, que é uma espécie de régua que impede a propagação de verdades que poderiam mudar o entorpecimento das pessoas em todos os sentidos, seja ele, religioso, filosófico, político, comportamental etc.

O caso da Flordelis não pode colocar todos os líderes religiosos num único balaio, porque nós temos líderes sinceros e realmente inspiradas por Deus em todos os credos. Mas essa história triste serve para orientar fieis de todos os credos a não serem alienados e entenderem que “o caminho a verdade e a vida” é Jesus e não o pastor e/ou a pessoa que canta bonito lá na frente. Vamos em frente! #flavioazevedo

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