segunda-feira, 24 de agosto de 2020

A “Síndrome do Pronto Socorro” contamina o debate sobre Saúde

Flávio Azevedo
A cada Decreto que o governo municipal de Rio Bonito edita fica mais nítido que em território riobonitense a palavra “lockdown” pode ser traduzida como “o louco meu”, tal o festival de situações estranhas. Após às 17h dessa segunda-feira (03/08), quando mais um decreto “o louco meu” passou a vigorar, vários estabelecimentos da região central da cidade foram visitados por agentes da Prefeitura que fiscalizavam o cumprimento do Decreto que determina o encerramento das atividades “não essenciais” a partir das 17h.

Todavia, nas localidades interioranas do município e ao longo das rodovias que cortam nosso território (eu testemunhei isso), as atividades seguem a todo vapor sem ser incomodadas pela fiscalização. Desde março quando essa comédia de Decreto começou a fiscalização acontece somente no Centro da cidade. Nos bairros afastados e localidades periféricas a vida segue o seu fluxo. Penso que a Prefeitura de Rio Bonito deve ter em mãos algum tipo de estudo que mostra ser o Corona Vírus um microrganismo que só atinge as pessoas nas áreas urbanas e depois das 17h.

É nítido que o comportamento de quem governa somado a fiscalização ineficiente, que não vê, por exemplo, os ônibus transportando 60, 80 pessoas (principalmente no horário do rush); é uma das causas do descrédito nas ações governamentais. Também fazem as pessoas desacreditarem nas iniciativas do governo, as notícias de leitos hospitalares com estrado de madeira; e a aquisição de equipamentos e insumos com preços questionáveis. A falta de áreas de higienização nos espaços de aglomeração (rodoviária e rua dos bancos, por exemplo), iniciativa simples e de baixo custo, também provoca a antipatia da população.

Por último e não menos importante, a testagem do povo e a ausência de contato com Prefeituras que estão implantando protocolos medicamentosos e comportamentais com resultados bem satisfatórios também irrita a maior parte da população. 

Decretos e #fiqueemcasa não impedem o lastro do Corona Vírus e são tão ineficientes quanto a Hidroxidocloroquina que não querem utilizar, porque não existe comprovação cientifica da sua eficácia. Se o ineficiente #fiqueemcasa está sendo abraçado, por que os ineficientes protocolos medicamentosos adotados por várias prefeituras do país não podem ser utilizados?

Enquanto se faz pirraça diante do óbvio, as pessoas estão se contaminando, o vírus vai se alastrando e a gestão da Saúde segue contaminada pela “Síndrome do Pronto Socorro”, quadro clínico grave que já expliquei em postagem anterior. Mas vamos em frente! #flavioazevedo

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