segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Falta d'água em Rio Bonito é um problema antigo em Rio Bonito

Flávio Azevedo
Há alguns dias os meus canais de comunicação estão recebendo queixas, sobretudo da localidade de Cajueiros, relatando falta d’água. Algumas reclamações falam de duas semanas sem abastecimento. Nessa quarta-feira (29/07) também recebo notícias de que moradores do Parque Indiano estão em igual situação. 

Fiz contato com o comandante local da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (CEDAE), Miguel Rinaldi; ele explica as questões da estiagem e afirma que nenhuma localidade ficou duas semanas sem água e as pessoas precisam procurar a CEDAE para formular suas queixas que irão orientar as manobras de abastecimento.

É nítido que estamos num momento de estiagem e os mananciais estão bem reduzidos. Eu quase que diariamente estou caminhando pela Serra do Sambê, por Lavras e Braçanã; e tenho visto a diminuição do volume de água nas cachoeiras, mas elas seguem jorrando.

O assunto abastecimento de água em Rio Bonito, que envolve a municipalização dessa prestação de serviço e a exploração desse mineral, é complexo, desperta paixões, sempre é discutido a luz das convicções e conveniências políticas, mas é um tema que precisa ser pensado e repensado.
O crescimento desordenado do nosso território é notório e a localidade de Cajueiros talvez seja um dos casos mais emblemáticos. O bairro surgiu e cresceu com autoridades fingindo que não viam o seu aparecimento, o loteador fazendo de conta que não precisava estruturar o loteamento e os compradores sem perguntar por questões como abastecimento de água, energia elétrica e equipamentos urbanos (praças, parques, escolas, posto de saúde, creche etc.).

É nítido o impacto do Cajueiros na vida dos moradores da Praça Cruzeiro, localidade que já sofria com o crescimento desacompanhado de qualquer fiscalização. Cretinos e donos de frases de efeito, os prefeitos que se repetem há 30 anos em Rio Bonito, posam de supostos ajudadores dizendo o seguinte: “as pessoas precisam sair do aluguel”, desculpa para deixar o município crescer desordenado e desestruturado.

Passar pano em ilícitos em nome do suposto bem estar de alguns é a pedra de toque da política em cidades de menor porte, mas a conta chega. A conta chega quando a rede elétrica não suporta o volume de moradias. A conta chega quando as crianças precisam andar quilômetros para chegar a escola. 

Falando nisso, o transporte de pessoas também é prejudicado, porque o bairro novo que surge com título de loteamento não figura entre as linhas municipais autorizadas e licitadas no contrato entre Prefeitura e empresa que explora o serviço. A conta chega quando o cidadão abre a torneira, o chuveiro e não tem água, porque a CEDAE não recebeu informações a respeito do bairro novo ou loteamento.

A propósito, talvez Rio Bonito seja um dos poucos locais que bairros novos sejam chamados de loteamento, para o loteador conseguir fugir dos tramites reguladores. Se você está naquele time que diz “não é mais assim”, saiba que por quase 30 anos foi assim e, hoje, colhemos os frutos dessa bagunça instituída por gestores que se habituaram a fazer política em cima da pobreza, da miséria e do desespero alheio na Saúde, na Habitação, na Educação e até na Segurança Pública. Mas vamos em frente! #flavioazevedo

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