Flávio Azevedo
De Mineiros, localidade distante do Centro de Rio Bonito, chega um pedido de socorro. O clamor solitário da servidora municipal denuncia que a Secretaria Municipal de Educação quer fechar a Escola Municipal Luiz Felipe Magalhães, única representatividade do poder público por lá. O plano não é novo e faz parte do projeto descabido de fechar escolas rurais, ideia que ganhou força na gestão passada, quando cerca de cinco unidades foram desativadas.
A iniciativa acontece à revelia da vontade da sociedade, dos pais de alunos, dos servidores municipais, do Conselho Municipal de Educação, entre outros atores.
A localidade de Mineiros pode ser considerada “isolada” e esse “isolamento” é provocado pela praça de pedágio da RJ – 124 (ViaLagos) e principalmente pela iniciativa perversa de fechar a estrada vicinal que liga as localidades de Jacundá e Mineiros, iniciativa da concessionária CCR ViaLagos em conluio com a Prefeitura Municipal de Rio Bonito (1999).
Apesar do “bay pass”, o passe livre que é oferecido aos moradores do perímetro, veículos oficiais e agregados evitam ao máximo ir a Mineiros por conta do pedágio, considerado um dos mais caros do Brasil. Os primeiros a perceber o isolamento foram os moradores que gradativamente foram saindo de Mineiros.
Depois da assinatura do contrato perverso, descabido e picareta; celebrado entre Prefeitura e ViaLagos, em 02/12/1999; para fechar a estrada de acesso entre Jacundá e Mineiros, o único equipamento que representa o poder público naquela localidade, a Escola Municipal Luiz Felipe Magalhães, pode ser desativada, o que transformará de vez a localidade de Mineiros numa faixa de gaza, num território abandonado, numa área de desova e paraíso de bandidos.
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