quarta-feira, 23 de junho de 2021

Em Rio Bonito faltam médicos e interesse pelas vagas disponíveis

Uma das principais queixas da população riobonitense atualmente é a falta de médicos nos postos de saúde. A Secretaria Municipal de Saúde informa que para completar o quadro de profissionais o município precisa contratar 27 médicos. Há algum tempo o processo seletivo para essas contratações está aberto, mas apenas sete profissionais se inscreveram, ou seja, faltam 20 médicos para atender todas as demandas.

A população, que não tem nada com isso, de forma muito razoável critica a falta de médicos, sobretudo se levarmos em conta que estamos atravessando uma pandemia e a atenção básica é a principal trincheira na luta contra o Corona Vírus.

Além dos aspectos que envolvem o segmento Saúde, a falta de médicos se espraia para o setor administrativo. Historicamente uma das marcas da Prefeitura Municipal de Rio Bonito – marca negativa, por sinal – é pagar os piores salários da Região para qualquer colaborador. Sem dúvidas esse é um dos motivos desse baixo interesse. Vale destacar, por exemplo, que o município de Tanguá, que tem metade do orçamento de Rio Bonito, pratica melhores salários para médicos e para todo funcionalismo.

Os baixos salários (alguns são risíveis) é um desafio que precisa ser superado pela atual gestão que chegou prometendo fazer diferente dos antecessores. De acordo com médicos com quem conversamos, municípios como Maricá e Niterói pagam entre R$ 18 e R$ 25 mil de salário para os médicos, enquanto Rio Bonito paga entre R$ 8 e R$ 12 mil.

Dias atrás numa roda de amigos alguém chamava os médicos de “mercenários”. Por conhecer o assunto, eu sugeri que ele se colocasse no lugar do médico. Mas lembrei destaquei que estamos atravessando uma pandemia. Frisei também que diariamente, sendo médico, ele vai encarar um vírus que já ceifou mais de 500 mil vidas no Brasil. Por último eu acrescentei que nesse enfrentamento ele tem um empregador que paga R$ 20 mil/mês, outro que paga R$ 10 mil/mês e perguntei quem ele escolheria como patrão. Curiosamente o meu amigo nada respondeu. Seguiu em silêncio tomando a cerveja dele. Esse é o caso que temos diante de nós. É muito cômodo criticar o médico no conforto do lar e/ou numa roda de amigos.

É nítido que quando falta médico a população está desassistida. Também é muito nítido que essa situação foge da mão do gestor da pasta da Saúde, precisa ser pensada e enfrentada por outros setores da máquina administrativa e termina nas mãos do prefeito, que para solucionar esse problema precisa tomar decisões que irão desagradar a engrenagem política. Os tempos atuais pedem ações administrativas que acompanhem a modernidade, a política, porém, é arcaica e anacrônica.

Diante desses cenários o governante precisa ser hábil, inclusive, para saber lidar com o desconhecimento do usuário que tem sua ignorância usada por quem se opõe ao governante. Que a atual gestão do município rapidamente encontre caminhos para contratar os médicos (a população não pode ficar desassistida) e tenha sabedoria para lidar com as pegadinhas do cenário político. Vamos em frente! #flavioazevedo

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