Flávio Azevedo
Fazemos as nossas escolhas políticas e depois ficamos choramingando como se não tivéssemos responsabilidade no processo. |
Existe na política um alienígena chamado “vereador”. E por que ele é alienígena? Porque a impressão que tenho é de que ninguém sabe de onde ele veio. Prezado leitor vamos tomar vergonha na cara, porque nós sabemos sim de onde veio o vereador e geralmente nós contribuímos para sua chegada à Câmara Municipal. O brasileiro lidando com política me faz lembrar aquele cliente do puteiro que quando vê a prostituta na rua muda de calçada para não falar com ela, mas de noite lá está ele todo animado na casa das primas.
Fui candidato a vereador na última eleição junto com cerca de outros 100 riobonitenses. Tínhamos de tudo entre esses candidatos. Gente muito preparada para ser vereador, gente que não sabia nem onde era a Câmara Municipal de Rio Bonito, gente que estava ali somente para preencher os partidos (fazer volume), gente que estava participando por curiosidade, gente boa, gente ruim... Tinha de tudo.
No dia da eleição cerca de 45 mil eleitores foram as urnas escolher os 10 nomes que formariam o colegiado da Câmara Municipal de Rio Bonito para a legislatura 2017/2020. Eu não tenho notícias de que algum candidato tenha colocado uma arma na cabeça de alguém exigindo o voto. A escolha foi livre e democrática. E não me venham com esse papo de que Fulano e Beltrano compraram votos, porque vender o voto é uma escolha do cidadão.
A decência e a honestidade pedem que você vote nas melhores propostas, mas a maior parte negocia o voto de acordo com seus interesses, vontades individuais para depois fica latindo como se não tivesse responsabilidade no processo e como se o vereador fosse um alienígena que surgiu do nada na Câmara Municipal. Apamerda!
Penso que já passou da hora de encarar o eleitor pilantra (a maior parte deles) e mostrar que a classe política é a materialização da vontade de uma maioria. Eu posso discordar da escolha dessa maioria, mas na democracia é assim que funciona e os 10 vereadores da nossa cidade querendo você ou não são frutos das nossas escolhas.
Na última eleição o quadro de eleitos foi o seguinte:
1º) Reginaldo Ferreira Dutra (Reis): 2.140 votos
2º) Abner Alvernaz Júnior (Neném de Boa Esperança): 1500 votos
3º) Marlene Carvalho: 1.288 votos
4º) Humberto Belgues: 1.063 votos
5º) Rafael Caldas da Silva (Rafael do Rio do Ouro): 1.051 votos
6º) Claudio Fonseca de Moraes (Claudinho do Bumbum Lanches): 1.046 votos
7º) Fernando Carvalho (Fernando da Mata): 997 votos
8º) Luis Humberto Pereira Pimenta (Humberto Guarda): 992 votos
9º) Edilon de Souza Ferreira (Dilon de Boa Esperança): 954 votos
10º) Fabiano dos Santos Cardozo (Xeroca): 885 votos.
Observe que seis vereadores romperam a barreira dos mil votos e quatro deles estiveram próximo disso. Todavia, cada vereador tem apenas um Título de Eleitor. Embora o eleitorado queira acreditar nisso, os vereadores dessa legislatura e das anteriores não são alienígenas. Eles chegaram ao parlamento através das nossas escolhas, inclusive, daqueles que batem no peito dizendo que não votaram em ninguém como se tivessem feito uma grande coisa. Votaram sim. A ausência de vocês no processo eleitoral ajudou esses 10 ganharem a eleição. Se votos anulados, brancos e nulos fossem direcionados a alguém esse colegiado certamente seria mudado.
Não votar em ninguém é uma burrice maior que votar num candidato ruim. Quando não votamos em ninguém nós alinhamos a nossa escolha a vontade da maioria. Mas vamos em frente que esse já é assunto para outro texto! E quanto aos alienígenas (vereadores), coisa da cabeça do eleitor picareta, vergonha na cara e voto consciente pode ajudar a acabar com essa invasão alienígena. #flavioazevedo
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