sábado, 10 de novembro de 2018

Tragédia anunciada

Flávio Azevedo
No dia 07/04/2010, nós acompanhamos pesarosos uma tragédia que matou 48 pessoas em Niterói. O desastre do Morro do Bumba comoveu o país. Oito anos depois, também por conta do período de chuvas, outra tragédia: agora, no Morro da Esperança, em Piratininga, também em Niterói. As primeiras notícias são de cinco mortes, sendo uma criança e dois idosos. O deslizamento de terra atingiu 11 moradias na madrugada deste sábado (10/11). Prefeitura de Niterói e Associação de Moradores local divergem quanto a segurança da encosta que deslizou.

Eu quero aproveitar a oportunidade para outra vez destacar a preguiça, a falta de espírito público e a inutilidade de quem governa. Nós elegemos pessoas que deveriam providenciar meios para que histórias como essas não se repetissem. Esses casos aconteceram em Niterói, mas eu gostaria de conversar sobre Rio Bonito, onde mortes já aconteceram, deslizamentos sempre são registrados e não existe nenhum tipo de planejamento de longo prazo para impedir que vidas se percam nas próximas chuvas.

A última tragédia por aqui aconteceu em novembro de 2008 e início de 2009. Vidas foram perdidas, pessoas ficaram desalojadas e outras desabrigadas. A partir desses fatos lamentáveis, a turma da política tirou muita foto, abusou do oportunismo, usou frase de efeito, mas o que foi feito efetivamente em Rio Bonito nos últimos 10 anos, para impedir a perda de mais vidas?

A cidade de Rio Bonito está dentro de um vale e as montanhas que a circundam receberam inúmeros bairros. Muitas dessas moradias estão penduradas perigosamente. De 2008 para cá, 10 anos, três mandatos, que planejamento fizeram para impedir que nossa gente seja vitimada pelas consequências dos desastres naturais? 

Em Rio Bonito, quando não é deslizamento é alagamento. Nesses 10 anos, quem sentou o rabo para pensar o assunto? Nesse maldito revezamento de prefeitos, algum desses inúteis dedicou parte do orçamento para esse tema? Ou esses patetas pensam que distribuir colchonete, sopa, tapinha nas costas e cesta básica; é política pública de Habitação?

Será que esse tema vai figurar no plano de governo do próximo prefeito? E se esse assunto estiver na pauta dos candidatos a prefeito, o tema atrairá o voto de alguém? Ou seguiremos trocando e prostituindo o nosso voto? Seguiremos achando que o político bom é aquele que distribui telha, areia, combustível, churrascada, cachaça, cesta básica, cirurgia estética, dinheiro, entre outras coisas? A maioria ainda pensa assim.

Nota pessoal:

Definitivamente, esse tal de Flávio é chato pra burro! Ele só pensa no pior, já notaram? Não é possível que esse sujeito não veja nada de positivo! O cara só reclama e critica! 

Pois é... Essas afirmações, eu sei, são falas corriqueiras em nossa cidade quando alguns analisam o meu trabalho. Não me importo, porque esse discurso parte de oportunistas que estão encostados em irregularidades que se corrigidas deixarão os tais oportunistas sem seus luxos e ganho fácil.

Esses comentários também são comuns entre os zumbis que preferem não ver a realidade do nosso município. Gente que se habituou a fazer como o avestruz: meter a cabeça na areia do comodismo e deixar o fiofó exposto e depois não sabe como e por que tomou na tarraqueta. 

Por último, essa percepção é compartilhada por gente preguiçosa que não quer usar o cérebro, mas quer posar de intelectual e por isso repete o que ouviu dos oportunistas ou dos acomodados, que estão irritados com a possibilidade de perderem a zona de conforto. 

Mas não tem problema! Sigamos a caminhada, porque ainda temos um volume grande de pessoas que almeja mudar, gente que entende ser urgente transformar paradigmas, indivíduos que acreditam, que ali na frente tudo será diferente! É para esses que escrevo e vamos em frente!

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