Flávio Azevedo
Durante as minhas férias chega uma mensagem que me obriga deixar um pouquinho de lado o lazer para reportar mais um episódio que mostra uma fotografia da Saúde do nosso município de Rio Bonito. Aliás, outra vez o setor de Transporte, assunto de inúmeras reportagens ao longo dos últimos anos, deixa a desejar.
Quem faz contato comigo é uma dona de casa, pessoa comum, sem ligações partidárias (puxa sacos dizem que quem reclama é da oposição). Ela e outras 15 pessoas ficaram sem transporte e sem nenhuma justificativa (se é que há) sobre o ocorrido.
– No dia 20 de dezembro fui até a Secretaria Municipal de Saúde para agendar um carro para levar meu filho ao Rio de Janeiro onde ele realizaria exames nessa sexta-feira (03/01). Para minha surpresa, porém, não teve carro e nem uma explicação por parte da Secretaria de Saúde. Nós ficarmos de 5h da manhã até às 6h30min aguardando e nada. Não fui só eu que passei por isso. Cerca de 15 pessoas com diferentes problemas de saúde também aguardavam o transporte que não chegou. A maioria voltou para casa por não ter como ir para o Rio. Uma falta de respeito com o povo – descreveu a nossa fonte.
Não é de hoje que falo desse tema. Fica muito nítido que a Prefeitura de Rio Bonito precisa ter uma Secretaria Municipal de Transporte. É um absurdo o secretário de Saúde, Educação e Obras, pastas que mais utilizam veículos, ter que ocupar o pouco tempo que tem, dado a complexidade de suas pastas, para cuidar de motorista, veículo quebrado, manutenção, oficina, Seguro, IPVA, troca de óleo, pneu careca, porta emperrada, farol que não acende, motor batido, condutor cupim de ferro, entre outras situações que requer atenção constante do secretário.
Somente um governo “pangaré” não percebe que o secretario de Saúde tem que lidar com Hospital, UPA, Loyola, Postos de Saúde, Esperanção, Clínica da Família, programas variados como SAMU (ambulâncias, motolâncias), Combate a Dengue (viaturas e insumos), Residência Terapêutica, servidores desses espaços, verbas, recursos, relatórios, Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS), liminar judicial, notificações, ratos, mosquitos e ainda tem que cuidar de pneu careca de veículos,
Na Educação não é diferente. São cerca de 50 unidades escolares da rede municipal, manutenção e reforma desses prédios, horas extras, merenda, uma grande quantidade de servidores, exonerações, contratações, desfile cívico, grande curricular, transporte de profissionais, cursos de capacitação do pessoal e o secretário ainda tem que cuidar de farol que não acende de ônibus e Kombi.
Não é diferente na Secretaria Municipal de Obras, onde o titular da pasta tem que focar seus esforços na limpeza da cidade, coleta de lixo, Iluminação Pública, recapeamento, patrolamento, capina, limpeza de valão, pessoal em quantidade menor que o necessário para execução de tantas atividades, manutenção de parques e jardins, pontes, verbas, projetos para recebimento de recursos federais e estaduais, tapa buraco e ainda cuidar de caminhão e máquina agregado.
O descontrole no Transporte dos serviços prestados pela Prefeitura de Rio Bonito existe há décadas. Entre os anos de 2013 e 2016, a ex-prefeita criou oito Secretarias Municipais. Tinha até Secretaria Municipal de Bom Dia, só não criou uma Secretaria Municipal de Transportes. Um dos aspectos que percebo ao observar o funcionamento da máquina pública e, às vezes, fazendo parte dele; é que vários secretários não têm interesse em se livrar desse peso, porque para eles perder o controle desses veículos representa perder poder, influência e recursos.
Encerro dizendo que uma administração que não seja “pangaré” e prioriza a modernidade nas ações e a excelência na prestação de serviço à população, obrigatoriamente contará com uma Secretaria Municipal de Transportes, setor que será complexo, mas terá muito o que fazer e certamente vai contribuir para diminuir o peso nas costas de quem comanda pastas como a Saúde, a Educação, Obra e demais setores. Vamos em frente! #flavioazevedo
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