quarta-feira, 4 de abril de 2018

General Villas Boas e a conversa do "repúdio a impunidade"

Flávio Azevedo
O comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas.
Toda grande mídia dá ampla visibilidade, nessa quarta-feira (04/04), a declaração do comandante do Exército, o general, Eduardo Villas Boas; que via Twitter escreveu ontem: "repúdio à impunidade". Definitivamente, os editores dos principais veículos de Comunicação do país devem estar sendo orientados a não noticiar o que é relevante. A grande mídia insiste em desviar a atenção dos assuntos importantes para destacar frases de efeito que não nos levarão a lugar algum. Que desserviço!

A frase do general, por quem tenho grande respeito, não foi feliz nem infeliz, como está sendo noticiado. O “repúdio a impunidade” é unanimidade no Brasil. Se você perguntar a Mandiocão, ao jardineiro, a Solange Almeida, ao feirante, a Marcos Abrahão, a qualquer vereador, ao vendedor de picolé, ao policial militar, ao Sérgio Cabral, ao frentista do posto de combustíveis, ao advogado, ao estudante, ao professor, a Eduardo Cunha, ao caminhoneiro, ao Papa, ao pedreiro, ao mecânico, ao advogado, ao empresário, ao gari, ao caixa de supermercado etc., todos repudiarão a impunidade.

Então para com essa graça de querer criar um clima de suspense onde não existe nenhum suspense. Parece jogo da Seleção Brasileira com o Uruguai. Quase 70 anos depois da vitória uruguaia sobre o Brasil no Maracanã, toda vez que tem jogo entre as duas seleções é aquela aporrinhação de “Maracanaço”. Que chato!

O glorioso Villas Boas deu uma declaração que qualquer brasileiro perguntado sobre “impunidade” daria. Seria notícia se o general se declarasse favorável a impunidade e a bandalheira. A declaração do comandante do Exército está muito longe de uma revolução, de que militares tomarão o poder, de que o caldo vai entornar, de que o bicho vai pegar... Daqui a pouco o príncipe Orleans e Bragança vai querer devolver o regime monárquico ao país. Só está nos faltando levantarem essa lebre.

Parte da ignorância da sociedade brasileira está firmada na irrelevância dos assuntos noticiados pela grande mídia. Sonho com o dia que a mídia faça críticas, mas levando conhecimento e informação as pessoas. Hoje, o que eu vejo o tempo todo é uma tentativa ridícula de criar sensação onde não precisa. Que chatos!

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