Flávio Azevedo
Em 2013 o Transporte Universitário em Rio Bonito foi otimizado com olhar nas vantagens econômicas do serviço. |
Nessa quinta-feira (12/04), o principal de debate na reunião dos vereadores foi o Transporte Universitário. Destaco aqui os vereadores, Humberto Belgues (PSL) e Edilon de Souza Ferreira, o Dilon de Boa Esperança (PSC); que apresentaram ideias muito interessantes tanto na tribuna da Casa Legislativa quanto no papo com os universitários depois da sessão, quando um grupo de estudantes foi recebido pelos vereadores na Sala de Reuniões da Câmara.
A ideia do vereador Dilon é sensacional! A Prefeitura compra seis ônibus novos, chama, via concurso público, 12 motoristas, que deverão dar conta da integridade do ônibus; e forma-se uma comissão composta por representantes dos poderes, Executivo e Legislativo; dos motoristas e dos universitários. Agora, a cereja do bolo: estipula-se uma cobrança mensal. O vereador sugere R$ 10,00 e argumenta que o montante deverá ser depositado num fundo que será gerenciado pela referida comissão. “Parece pouco, mas você já calculou quanto se arrecadaria se os cerca de R$ 1,3 mil universitários pagassem, por mês, apenas R$ 10,00?”, pergunta o parlamentar.
A ideia do vereador Humberto Belgues também é razoável e aponta para a regulamentação do Transporte Universitário, o que significa estipular regras e normas que eliminarão estudantes que têm condições de custear a passagem ou não dependem do Transporte Universitário, pois moram em Niterói e/ou no Rio de Janeiro.
Aqui vale uma observação: o Transporte Universitário, como acontece com o Programa Bolsa Família, é uma política compensatória. Todavia, na cabeça de quem está no poder Executivo, essa é a oportunidade de ganhar algum dinheiro, prestigiar o colaborador de campanha e fortalecer a política do cabresto; situações que geram desequilíbrio. Se o Programa Bolsa Família não é estendido a todos os brasileiros, o Transporte Universitário também não tem que beneficiar todo cidadão riobonitense. É preciso exigir perfil socioeconômico e percentual de aproveitamento acadêmico, como acontece, por exemplo, aos inscritos no Fies.
E por que ao longo de 25 anos nada foi feito de concreto? Simples, porque a classe política não gosta de gestão. Eles preferem fazer média ou colocar terror. Curtem deixar as pessoas apreensivas para depois posar de salvador da pátria. Na verdade, ninguém pensa em tirar o serviço, apenas fazem uma cena, chama atenção e mais adiante posam de piedosos.
Concluo essas reflexões destacando que a campanha mais relevante, inteligente e estrategicamente mais viável a ser pensada pela sociedade e pela classe política deveria ser a implantação de uma universidade em Rio Bonito. A boa noticia é que o ingresso no Ensino Superior tem aumentando a cada ano. E para atender essa demanda, a Prefeitura, em pouco tempo, terá uma frota de ônibus maior que a da Rio Ita, somente para dar conta do Transporte Universitário.
Partindo da premissa de que o município investe cerca de R$ 3 milhões/ano em Transporte Universitário, o que representa pagar para exportar consumo e mão de obra que vai aquecer a economia de outros centros; não seria nada de mais investir R$ 1 milhão/ano em nosso território, o que representa reter e importar o consumo e a mão de obra, para fortalecer a economia e o setor educacional riobonitense.
Aos que ladram dizendo que só sabemos criticar, as cartas estão na mesa. Basta saber se o prefeito compreenderá as vantagens das referidas sugestões, se as alternativas apresentadas irão ao encontro dos objetivos econômicos dele e dos investidores que ele representa; e se o evidente desenvolvimento que existirá por aqui com a chegada de um campus acadêmico vai interessar aos que remuneram mal a força de trabalho local; e se o tal avanço será bem aceito pelos que usam a força institucional para manter afiados os grilhões da classe dominante e o status quo.
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