Flávio Azevedo
Mãe de aluno da Escola Municipal Ângelo Longo, no Parque Andréa, em Rio Bonito, em seu Facebook, publicou o que ela classificou como “desabafo”. Ao ler, porém, o que ela escreve no “desabafo” se vê um pedido de socorro. De acordo com ela, o seu filho, aluno da Alfabetização, turno da tarde, do Colégio Ângelo Longo, está sem aula há uma semana.
– A diretora Valéria está se esforçando ao máximo para que os alunos não fiquem sem aulas, mas até hoje a Secretaria de Educação não tomou uma providência. Estamos cansados com tanto descaso com nossas crianças. Como vai ser de nossas crianças sem poder estudar por falta de professor? – termina Vanessa Souza, que antes de concluir pede que os amigos compartilhem ao máximo a publicação, porque “nossas crianças precisam estudar”.
A última frase que ela escreve é a mais significativa: “não podemos ficar calados diante dessa situação”. É bom destacar que há anos os desmandos cometidos por quem governa Rio Bonito acabam passando batidos, porque as pessoas têm medo de retaliações e represálias. Não é segredo para ninguém, que os governantes têm entre os seus nomeados pessoas designadas para vigiar comentários e críticas feitas nos ambientes coletivos, sejam nas filas de banco, lotérica ou nas mídias sociais. Até as curtidas são vigiadas. A classe política tenta contradizer, mas o DOI-CODI, nome dado pela nossa reportagem aos ‘caguetes’ dos políticos que se repetem no comando de Rio Bonito, eles existem e estão por toda parte. Parecem Gremlins.
Há alguns meses, através das nossas mídias, o Orçamento de 2018 estimado para a Educação de Rio Bonito tem sido anunciado: cerca de R$ 70 milhões. Diante desse número tão robusto, não é possível acreditar nessa história de que não tem dinheiro para contratar professores, comprar uniformes, adquirir material didático, reformar escolas, oferecer merenda de qualidade e contar com transporte escolar seguro e confortável... Está nítido que esses problemas são provocados pelo fenômeno “pangaré governando”.
Para engrossar a gravidade do assunto, nos comentários da postagem, outra mãe escreve o seguinte: “vai ser mais um ano, porque o ano passado (2017) foi assim também. Estudava uma semana e ficava duas em casa”. Diante de apontamentos tão graves, algum puxa saco terá coragem de dizer que é “exagerado”, “coisa da oposição”... Será que terão a cara de pau de classificar as denúncias das mães como mentiras? Não é possível!
A oportunidade é propícia para o Conselho Municipal de Educação e a Câmara Municipal de Rio Bonito serem chamados a fiscalizar, porque a incompetência e o desinteresse governamental estão impactando o futuro do município, ou seja, as nossas crianças.
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