Flávio Azevedo
Há cerca de um mês eu fiz a cobertura das eleições do Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV). José de Aguiar Borges, o Kaki; foi reeleito para comandar a instituição por mais um ano. Dias depois eu participei da apresentação do CTI, que ganhou mais três leitos; e conheci o setor de hemodinâmica, outro ganho para o hospital. Todavia, a cada publicação sobre o HRDV, eu ouvia algumas pessoas criticando o Kaki, os vereadores e o prefeito. Em relação ao Kaki, eu gosto sempre de destacar que as autoridades constituídas não têm qualquer influência sobre o hospital. O tema HRDV e questões periféricas a essa importante unidade de saúde são irritantes, porque apesar de tanta informação as pessoas seguem agindo como se fossem imbecis e estivessem lidando com uma grande novidade.
Primeiro convém salientar que o presidente do HRDV e o conselho fiscal não são escolhidos pelo prefeito e pelos vereadores. Eles até tentam influenciar, mas quem escolhe o ocupante desses cargos é o sócio do hospital, uma unidade particular que tem convênio com o poder público. A única interferência que a Prefeitura pode ter no HRDV é pagando ou não pagando pelos serviços prestados. Quem tem poder de interferir no hospital, tirar e colocar presidente, é o associado, uma figura ausente no processo decisório que em tudo me faz lembrar um fantasma. Nunca vemos esses seres (o associado do hospital) vir a público. Para o bem ou para o mal, essas figuras andrógenas agem sempre nas sombras.
Quanto aos políticos que vivem no hospital tentando arrumar vaga de emprego, essa é uma verdade. Esses políticos também estão procurando emprego nos supermercados, nas empresas que se instalam no Condomínio Industrial, na empresa de Estacionamento Rotativo, na São Geraldo, na Rio Ita, entre outras firmas. O emprego que eles pedem não é para eles, para a mulher e sobrinhos. É emprego para milhares de pessoas que vivem em suas portas reclamando o desemprego.
Vou dar um exemplo pessoal: nos meus canais de comunicação (Facebook, Instagran e WhatsApp) dezenas de pessoas pedem para eu lhes arrumem emprego. Alguns mandam currículo. A maior parte está tão desesperada que promete me dar o voto caso eu seja candidato. Para colocar os pingos nos is é preciso entender que o desemprego tem batido na porta de muitas famílias, mas as contas não param de chegar e a barriguinhas das crianças precisa ser alimentada. A alternativa que as pessoas têm é buscar pessoas influentes.
Os problemas que atingem o hospital com certa regularidade estão postos a mesa e não é sendo cretinos, cínicos e hipócritas; que nós iremos ajudar a resolvê-los. É comum o sujeito criticar o político na rede social, mas daqui a pouco está atrás dele parecendo cachorro atrás de uma cadela no cio. Outra coisa: se as barbeiragens e os atos “pangaré” do presidente Kaki são passiveis de críticas, a hipocrisia do eleitor é ainda mais irritante. Eu não estou preocupado se não acharão esse texto simpático ou se deixarão de votar no Flávio Azevedo caso ele seja candidato. A minha preocupação é com uma cidade que não cresce, com instituições que não avançam, por conta do nosso cretinismo.
Encerro recorrendo a metáfora que essa semana deu o que falar no noticiário político: em cidades interioranas, a maior parte é tigrão quando fala do político nas conversas privadas e tchutchuca quando está diante dele. Enquanto a sociedade agir dessa maneira seguirá sendo “aparada pela rabiola” e tomará muita pressão dos “tigrões” da política, assim e assim! #flavioazevedo
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