domingo, 14 de abril de 2019

Má gestão histórica ceifa vidas na cidade do Rio de Janeiro

Flávio Azevedo
Não é só Rio Bonito e as cidades interioranas que sofrem com o amadorismo administrativo dos seus gestores municipais. Na cidade do Rio de Janeiro, uma das vitrines do mundo contemporâneo, que nessa terça-feira (09/04), contabiliza mortes e prejuízos por conta da tempestade que atingiu o município na note de ontem, o prefeito, Marcelo Crivella; reconheceu em entrevista coletiva, que houve imprudência e demora no atendimento de equipes municipais durante o temporal que provocou alagamentos e deslizamentos de terra. Até aqui foram registradas quatro mortes.

As afirmações do prefeito foram dadas na coletiva de imprensa no Centro de Operações Rio (COR), na manhã de hoje.
– Realmente ontem nós nos cobramos muito pela falta de pessoal na Zona Sul do Rio. Estávamos esperando chegar reboque. Resolvemos mudar esse protocolo. Nas próximas chuvas em que tivermos previsão de grande precipitação em curto espaço de tempo nós já teremos que ter esses equipamentos (referindo-se a ações que podem auxiliar os cariocas durante o forte temporal e amenizar o impacto da chuva) previamente nos locais. Já era uma coisa que tínhamos visto anteriormente. Infelizmente não fomos prudentes para fazer agora. Teremos que ter reboques, pessoal da conservação e da Comlurb esperando previamente nesses locais – afirmou Crivella.

A falta de investimento em drenagem foi um dos questionamentos feitos ao prefeito, uma vez que dados do Rio Transparente da execução orçamentária da Prefeitura mostram que até o momento o município não gastou um centavo na manutenção da drenagem urbana da cidade. Os R$ 8.297.106,09 pagos para as empreiteiras contratadas para esses serviços quitaram apenas faturas por serviços prestados principalmente em 2018. Ou seja, durante todo o verão, a antiga Secretaria de Conservação e Meio Ambiente (Seconserma), não autorizou (empenhou) novas despesas entre janeiro e o início de abril. O temporal é o terceiro registrado esse ano.

Crivella não comentou os números, mas nessa hora usou a justificativa clichê ao afirmar que é muito alta a quantidade de recursos que precisam ser direcionados para amenizar esses problemas que há décadas violentam a população carioca.
– Fizemos um estudo completo para melhorar a drenagem e tapar os buracos. Estimamos, hoje, cerca de 200 mil redes pluviais que estão com problema, que quebraram porque cederam. Há dois problemas: o solo e o problema da Cedae, que não tendo rede de esgoto lança cocô e xixi na rede da prefeitura. E isso acaba, pela acidez dos dejetos, destruindo nossas manilhas – argumentou.

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