Flávio Azevedo
As descobertas sobre o problema começaram com a despretensiosa postagem do carro da Guarda Municipal de Rio Bonito em Tomascar. |
A postagem despretensiosa de um carro da Guarda Municipal (GM) de Rio Bonito, parado em Tomascar, nas proximidades do restaurante de Marilene, o Restaurante Tomascar, acabou provocando uma discussão muito interessante que julgo merecer algumas reflexões sobre o comportamento da nossa gente. O assunto, inclusive, já foi alvo de outros textos, alguns, inclusive, provocaram a ira da turma que “passa pano” em maus comportamentos que resultam em situações desconfortáveis e/ou trágicas que poderiam ser evitáveis.
“Motos Barulhentas” é um problema que têm se agravado em nossa cidade. Há algumas semanas eu escrevi que determinados meninos entendem sua moto como um prolongamento do pênis ou algum tipo de confirmação de virilidade. A turma que gosta de ‘passar pano’ em maus hábitos juvenis não gostou. Não estou preocupado.
A foto que postei da viatura da GM, eu recebi de um seguidor das minhas mídias. Inicialmente eu pensei que durante o patrulhamento, a hora do almoço chegou e por estarem em Tomascar, próximo a um dos melhores restaurantes do município, eles resolveram almoçar. E não vejo nada de mais nisso. Mas que nada! Acabo de saber, através de milhares de mensagens, que não existe mais sossego em Tomascar, a principal característica daquela outrora aprazível localidade.
Segundo os testemunhos que me enviaram, o volume de moleques presepeiros fazendo estripulias com suas motos é uma festa, sobretudo nos fins de semana. Além das gracinhas ainda tem os escapamentos e o “barulho infernal”.
– A impressão que se tem é que existe uma competição entre eles para descobrir qual moto é mais irritante. Você não consegue comer sossegado, eu inclusive, não vou mais a Tomascar, porque lá é um lugar família. Você vai a Tomascar, depois do almoço você dorme... Lá você vai buscar tranquilidade e não aborrecimento. A última vez que eu fui eu não conseguia conversar. Os proprietários do restaurante são uns amores, a clientela é muito bem atendida, a comida é ótima, eles não têm nada com isso, mas não dá para frequentar com aquele barulho infernal – disse uma das pessoas que conversa comigo.
As motos barulhentas têm enchido o saco da população em vários pontos do município, a começar da Praça Fonseca Portela. Em alguns momentos não se consegue comer com tranquilidade. Os mais prejudicados são aqueles que trabalham nos trucks e trailers que já não suportam mais a zoeira da garotada sem noção e ao que parece sem pais.
Outro ponto a se destacar é que a GM sozinha não resolve o problema das motos barulhentas. Se alguém pensa isso está equivocado. Resolver essa bagunça é uma tarefa que obrigatoriamente deve envolver a Polícia, a Secretaria Municipal de Segurança e Ordem Pública, Conselho Tutelar, Comissariado de Menores e estratégias que tragam Papai e Mamãe para a mesa de conversas, por serem as primeiras autoridades que tem o papel de impor limites aos desajustados.
O problema é que quando você olha esses órgãos não consegue acreditar que haverá providências. Nunca é demais lembrar que as famílias de moleques barulhentos e inconvenientes (geralmente viram santos depois de uma tragédia) votam. E esse pessoal comumente escolhe votar em quem ‘passa pano’ nesse tipo de comportamento! Já caminhando para o fim dessas reflexões, eu acrescento que sem uma força tarefa que reúna esse conjunto de atores não haverá solução e as motos seguirão infernizando os nossos ouvidos!
Se a ronda da GM em Tomascar teve o propósito de coibir motos barulhentas, no meu entender foi uma tremenda perda de tempo e desperdício de combustível, porque não é a GM que resolve isso. Ela é apenas um dos atores da força tarefa que precisa ser montada para combater esses abusos. E para comprovar que a ida da GM a Tomascar foi em vão, eu pergunto: quantas motos foram apreendidas? Quantos menores identificados e apreendidos? Quantos pais chamados a responsabilidade? Nenhum! É o que me faz acreditar que amanhã os barulhentos estarão de volta. Os guardas municipais podem até estar interessados em ajudar, mas o poder público em seu alto escalão não quer resolver, seguirá inerte e continuará usando a GM para enxugar gelo.
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