Flávio Azevedo
Minha gente, a impressão que tenho é que sociedade e alguns integrantes das nossas policiais ainda não entenderam que a raiz da insegurança que nos atinge de forma crescente nos últimos anos não é exatamente “falta de policiamento”. Aliás, eu nunca disse que o aumento da violência existe porque “falta polícia”. Em Rio Bonito, por exemplo, os policiais têm feito o melhor que podem na condição que têm, na expectativa de que as coisas melhorem para fazer melhor ainda. Mas esse tempo não chega porque votamos mal.
Aproveito a ocasião para ressaltar o silêncio cínico das autoridades políticas. E aqui eu me dirijo diretamente a esses pangarés que nós permitimos se repetir na Prefeitura da nossa cidade nas últimas décadas! O silêncio do deputado estadual que representa a nossa cidade também é notório e dispensa comentários.
Embora muita gente não goste do que vou escrever, agora, mas a insegurança que assola Rio Bonito ocorre por falta de políticos comprometidos e não por falta de polícia na rua (se aumentar o efetivo será ótimo). E aqui nesse ponto a crítica também está estendida aos nossos vereadores, que acabam se conformando com a dormência dos demais atores políticos e adormecem junto.
Não é difícil de entender isso e eu não vou ficar o tempo todo repetindo o óbvio. Por outro lado, as autoridades policiais (oficiais) deveriam se manifestar mais. Através dos seus próprios canais de comunicação vir a público. Dialogar com a população. É sempre muito difícil conseguir uma declaração importante de qualquer policial, porque eles não podem dizer isso, não podem dizer aquilo, para comentar alguma coisa tem que pedir autorização ao papa, pedir licença ao Buda, solicitar liberação do Dalai Lama; e eu não tenho paciência para isso.
Está mais do que claro que os policiais estão tão amedrontados como nós (e com razão). Os policiais estão morrendo como moscas e ao mesmo tempo estão amordaçados pelos seus comandantes que são escolhidos por agentes políticos que nomeiam aqueles que se sujeitarão a proteger os caprichos de quem os nomeou, quando deveriam estar concentrados em proteger a população e os policiais que estão na rua trocando tiro com marginais.
A afirmação “falta polícia” não é uma pregação da mídia e sim uma pregação da classe política, que usa as forças policiais como buchas para desviar a atenção da sociedade dos seus maus feitos, das suas picaretagens e das suas pilantragens. Sem ter conhecimento de causa e orientados pela mídia que reproduzir o discurso que interessa a classe política, a população acaba repetindo o mantra “cadê a polícia?” quando deveriam a plenos pulmões gritar “cadê os políticos?”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário