Flávio Azevedo
Acabo de assistir um programa interessante na Globo News. Na pauta as famosas ‘Fake News’. É impressionante como a grande mídia se recusa a reconhecer o efeito das mídias sociais na sociedade. Uma das especialistas ouvidas pelo programa conseguiu me agradar. Ela comenta que a ‘Fake News’ nada mais é que o antigo ‘boato’. A diferença é a velocidade e o alcance que os boatos ganharam por conta das mídias sociais e das novas tecnologias. Mesmo assim as grandes empresas de Comunicação seguem se recusando a enxergar que a hegemonia dos grandes grupos de mídia na manipulação da notícia acabou.
Outra coisa interessante: muita gente se preocupa com as ‘Fake News’ ao ponto de empenhar-se em desmentir notícias falsas, esclarecer exageros e fomentar a informação verdadeira. Isso é nobre! Todavia, as histórias mal contadas pela rede de boataria moderna seguem sendo compartilhadas, apesar dos esclarecimentos.
Para pensar as motivações desse comportamento outra vez eu vou me socorrer com o teórico canadense, Marshall McLuhan. Entre os seus pensamentos, ele desconstrói essa teoria de que a mídia manipula. Para McLuhan, o público não é manipulado, ele reproduz a notícia que é do seu agrado. Quando o fato é verídico, se o alvo da notícia é algo ou alguém que não agrada, a pessoa não reduz ou compartilha.
Penso que isso se repete com as ‘Fake News”. O fato pode ser mentiroso, a prova está ali, mas como o conteúdo agrada quem está lendo ou agride alguém que não gosto, eu vou compartilhar mesmo sabendo que aquele conteúdo é falso. Encerro dizendo que a grande mídia insiste em discutir tecnicismo quando trata com a sociedade temas que essa própria sociedade enxerga através da lente dos valores, das crenças, dos usos e costumes. E vamos em frente!
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