quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Balanço do último debate ao governo do Rio no 2º Turno

Flávio Azevedo
Os candidatos ao governo do Rio, Eduardo Paes e Wilson Witzel.
Os candidatos ao governo do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC) e Eduardo Paes (DEM) se enfrentaram no último debate da corrida eleitoral. Como já havia acontecido nos muitos debates entre eles nesse segundo turno, acabou persistindo a troca de acusações e quase nenhuma proposta. O tempo todo Eduardo Paes associou o adversário ao advogado do traficante Nem, ao pastor Everaldo e ao prefeito do Rio (Crivella); e Witzel, o tempo todo associava a corrupção, a penúria financeira do Rio, Sérgio Cabral, Pezão e outros nomes; ao ex-prefeito do Rio.

Quem assistiu o debate esperando propostas perdeu tempo. O cidadão fluminense está diante da seguinte encruzilhada: alguém que tem experiência política (Eduardo Paes) e alguém que atende o perfil de novidade que parte do eleitorado procura (Witzel). A desenvoltura do ex-prefeito e o nervosismo do ex-juiz eram claros. A experiência de Paes permitiu que ele ficasse mais a vontade e por estar atrás nas pesquisas, o papel de franco atirador lhe caiu muito bem. Principiante nos holofotes da política, Wilson Witzel não tem o mesmo poder de articulação do adversário, não consegue concatenar argumentos com a facilidade do concorrente, mas deu o seu recado.

Sinceramente, eu não acredito que o desempenho dos candidatos nesse debate vá mudar o resultado apontado, hoje, nas pesquisas (Witzel 56% e Paes 44%). Penso que o crescimento do ex-prefeito do Rio se deve ao fator grupo político. Não é segredo para ninguém que Eduardo Paes representa um grupo político que comanda o Rio de Janeiro há mais de 30 anos e vencer esse pessoal, que tem tentáculos em todos os poderes e municípios do Rio, não é tarefa fácil.

O debate funciona bem para as torcidas organizadas – como vimos no decorrer do confronto –, mas o que definirá o vitorioso é o voto popular que poderá ser influenciado apenas pelas estratégias do grupo político liderado por Cabral, Eduardo Cunha, Moreira Franco, Jorge Picciani; e outros ilustres cidadãos do Rio de Janeiro.

PS: analisando a falta de propostas e o festival de acusações em todos os debates promovidos nessa noite, a impressão que tenho é que Bolsonaro acertou quando decidiu ficar em casa.

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