sábado, 20 de outubro de 2018

FAKE NEWS se firma na “babaquice” cidadã

Flávio Azevedo
Nunca um termo estrangeiro esteve tão presente na boca do brasileiro. Bem, eu penso que essas temidas “feiquenius” (aportuguesando o termo) estão fincadas na preguiça de ler, pensar e escrever. Impressiona a facilidade que as pessoas tem para compartilhar tudo quanto é merda que recebem sem saber o que estão compartilhando. Quando o negócio é muito absurdo, eu pergunto se a pessoa leu o que me enviou. A resposta geralmente é seguinte: “eu nem vi, mas como você gosta de política eu mandei pra você”.

A pessoa me diz isso na cara dura, como se ele não tivesse responsabilidades sócio-políticas. Como se só eu fosse cidadão. Creio que 98% de tudo que eu posto nas minhas mídias a produção é minha. Receita: rabo sentado, cabeça funcionando e lá vem o texto. Eu me recuso a compartilhar coisas dos outros. Só se for um conteúdo muito bom ou uma denúncia que eu precise compartilhar para documentar minha narrativa. Você pode discordar do que escrevo (o que é raro, porque para isso é preciso ter argumentos), mas aquele conteúdo fui eu que escrevi. É fruto do meu pensamento.

Se o povo ao menos lesse o que recebe, usasse o bom senso, desconfiasse das coisas e não fosse afobado; muita “feiquenius” não seria compartilhada. Diariamente eu recebo, via in box e WhatsApp, centenas de mensagens sem pé nem cabeça. Mentiras. O mais grave é que gente letrada, pessoas que eu pensava ter cérebro, compartilham porcarias...

Não estamos diante de nenhum fenômeno novo. A intrigante “feiquenius” é a boa e velha fofoca e tem como combustível os atores de sempre: a irresponsabilidade, a maldade e a falta do que fazer! Fecho com o antigo adágio que aprendi com o meu saudoso pai: “mente vazia é oficina de Satanás”. Eu acrescentaria: e fábrica de "feiquenius".

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