Flávio Azevedo
Nunca um termo estrangeiro esteve tão presente na boca do brasileiro. Bem, eu penso que essas temidas “feiquenius” (aportuguesando o termo) estão fincadas na preguiça de ler, pensar e escrever. Impressiona a facilidade que as pessoas tem para compartilhar tudo quanto é merda que recebem sem saber o que estão compartilhando. Quando o negócio é muito absurdo, eu pergunto se a pessoa leu o que me enviou. A resposta geralmente é seguinte: “eu nem vi, mas como você gosta de política eu mandei pra você”.
A pessoa me diz isso na cara dura, como se ele não tivesse responsabilidades sócio-políticas. Como se só eu fosse cidadão. Creio que 98% de tudo que eu posto nas minhas mídias a produção é minha. Receita: rabo sentado, cabeça funcionando e lá vem o texto. Eu me recuso a compartilhar coisas dos outros. Só se for um conteúdo muito bom ou uma denúncia que eu precise compartilhar para documentar minha narrativa. Você pode discordar do que escrevo (o que é raro, porque para isso é preciso ter argumentos), mas aquele conteúdo fui eu que escrevi. É fruto do meu pensamento.
Se o povo ao menos lesse o que recebe, usasse o bom senso, desconfiasse das coisas e não fosse afobado; muita “feiquenius” não seria compartilhada. Diariamente eu recebo, via in box e WhatsApp, centenas de mensagens sem pé nem cabeça. Mentiras. O mais grave é que gente letrada, pessoas que eu pensava ter cérebro, compartilham porcarias...
Não estamos diante de nenhum fenômeno novo. A intrigante “feiquenius” é a boa e velha fofoca e tem como combustível os atores de sempre: a irresponsabilidade, a maldade e a falta do que fazer! Fecho com o antigo adágio que aprendi com o meu saudoso pai: “mente vazia é oficina de Satanás”. Eu acrescentaria: e fábrica de "feiquenius".
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