Flavio Azevedo
Uma das pertinentes colocações que ouvi nessa terça-feira (23/10), na Câmara Municipal de Rio Bonito, na conversa com o secretário municipal de Gestão e Ordem Pública, veio do vereador Fernando Carvalho, o Fernando da Mata (PMN); que chamou atenção para o uso de drogas nas áreas rurais do município. “A coisa está tão complicada que os pais não deixam mais os filhos irem numa barraca”, disse o vereador.
Outro ponto que precisa ser pensando com urgência pelas autoridades são os assaltos que seguem acontecendo também na Zona Rural. Dias atrás, através dos nossos contatos, alguém revelou que uma propriedade foi assaltada na localidade de Duas Barras. Um fato curioso é que a distância e o medo do retorno dos marginais faz com que as pessoas não registrem as ocorrências, o que mascara os nossos índices de criminalidade. Moradores de localidades como Viçosa, Prainha e Catimbau; também têm reclamado a ação dos marginais. Destaco aqui a Prainha, que por ser um território limítrofe acaba sendo espaço de atuação das quadrilhas de Rio Bonito e Saquarema.
Durante o Programa Flávio Azevedo dessa terça-feira (23), quando o assunto Segurança Pública estava em pauta, uma ouvinte denunciou a ação de assaltantes num comércio localizado no Salto de Braçanã e a presença de ladrões nas proximidades da ponte do Basílio (próximo a Igreja de Sant’Ana). Ainda na noite de ontem, próximo a velha cerâmica, na estrada de Rio Vermelho, por volta das 23h, um casal foi assaltado. Para ajudar os criminosos, o trecho não tem iluminação.
Encerro esse texto com as declarações que fiz durante a reunião. Não é exatamente efetivo policial, monitoramento, guarda municipal, Swat, CSI e ferramentas afins; que estão em falta no momento (isso também ajuda). O que falta, hoje, é uma agenda que trate desse assunto. Falta planejamento. Cada governo tem quatro anos de duração, mas nenhum deles faz um cronograma de ações para o período de 48 meses que estará governando o município.
É covardia esperar que a Secretaria Municipal de Ordem Pública dê conta da insegurança de forma solitária. A discussão precisa ser ampla, envolver a sociedade, representantes do poder Legislativo, as instituições e, sobretudo, a Secretaria Municipal de Prevenção a Dependência Química (drogas), a Secretaria Municipal de Educação (conscientização), a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (emprego), entre outras. A Segurança precisa ser uma agenda de trabalho tal como é Saúde e Educação.
Você já notou que a classe política adora falar de Educação e Saúde? Tem gente que é profissional em carregar doente e marcar presença em sepultamento. Por que não olhar a Segurança com igual atenção? Simples! Porque ao defender essa bandeira, obrigatoriamente atingirão o maconheiro, o cheirador, o receptador de produto roubado; e essa gente vota!
Não haverá solução para a insegurança crescente e para avanço das drogas, enquanto as nossas ações, usos e costumes; forem permeados pela hipocrisia, pelo cinismo e seguirmos transferindo para os outros a responsabilidade que é nossa. A coisa pública precisa se mexer, ser eficiente, atender os reclames, mas a população, que já aprendeu reclamar e choramingar; precisa avançar e aprender a participar e reivindicar.
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