quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Vereadora líder do governo está insatisfeita com administração municipal e quer mudanças

Flávio Azevedo
A vereadora Marlene Carvalho durante o seu pronunciamento na tribuna da Câmara Municipal.
O principal destaque da sessão Legislativa dessa terça-feira (16/10) em Rio Bonito foi o discurso da vereadora, Marlene Carvalho (PPS). Líder do governo na Câmara Municipal e eleita no palanque do prefeito, José Luiz Antunes (PP); a vereadora fez um discurso forte e externou sua insatisfação com o governo que segundo ela “ainda não emplacou”. O presidente da Câmara, vereador Reginaldo Ferreira Dutra, o Reis (MDB); cumprimentou a vereadora pela autonomia, demonstração de independência e frisou que as suas insatisfações têm sido apresentadas por todos os vereadores nos últimos meses.

Não é segredo para ninguém que o governo municipal, como acontecia com a gestão anterior, conta com um exército de puxa sacos que tem a função de minimizar as críticas ao governo municipal. Para desqualificar as críticas que chegam da Câmara Municipal, por exemplo, o exército de puxa sacos classifica as cobranças como “discurso de oposição”. As declarações de Marlene, porém, confirmam serem reais os problemas reclamados pelos vereadores e pela população de Rio Bonito.
A vereadora começou sua fala enaltecendo os professores pelo seu dia e destacou dois assuntos antigos e ainda não resolvidos pelo governo municipal: o Piso Nacional dos professores da rede e o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração; que a Prefeitura de Rio Bonito ainda não implementou, apesar das muitas promessas nessa direção.
– Precisamos discutir esses temas, porque isso ainda não ficou resolvido. Eu sou da bancada do governo, mas estou triste, porque não foi isso que nós falamos no palanque. Isso me deixa muito angustiada. Eu também fico triste em relação ao Esporte. Eu vejo crianças por todo município querendo jogar uma bola e não ter nada nos bairros. O caminho será a perdição – disparou a vereadora, que sugeriu um encontro com o prefeito para discutir a administração do município, “porque o governo ainda não emplacou”. 

A vereadora lembrou que o município ganhou uma viatura nova para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), cumprimentou a coordenação do serviço pela conquista, mas reconheceu que “mínimas coisas não estão funcionando, como o Futebol para as crianças, as escolas”; e destacou a precariedade da Escola Serra do Sambê, bairro da vereadora, “que não tem sequer uma cobertura para as crianças ficar, a calçada é tomada pela lama, porque a Prefeitura ainda não conseguiu criar uma equipe que cuide desses reparos”.

Nesse momento a vereadora foi aparteada pelo colega Humberto Belgues (PSL). Ele revelou que há cerca de cinco meses a Amarock da Guarda Municipal está parada por falta de peças. “Nós sugerimos que comprassem Gols, mas como o prefeito não ouve essa Casa, compraram essas Amarocks e, agora, o uma delas está parada por falta de peça. Se fosse um Gol, no outro dia estaria funcionando”.

Um dos poucos elogios da vereadora foi direcionado a vice-prefeita e secretária de Saúde, Rita de Cássia (PP). “Ela tira leite de pedra, Rita é incansável, mas está sem condições de trabalho. Os medicamentos não chegam, o governo do Estado não abastece a farmácia que deveria oferecer medicamentos para a população.
– Estão todos em desespero com tudo isso, recorrem ao Ministério Público, mas nada se resolve. Eu confesso que me sinto muito mal com tudo isso. As pessoas são reféns do descaso da coisa pública – terminou a parlamentar, acrescentando que a reunião sugerida com o prefeito, quando acontecer, “deverá contar com a presença dos secretários das pastas técnicas como Procuradoria, Controladoria, Planejamento e Licitação”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário