domingo, 12 de abril de 2020

Que os significados da Páscoa se façam presentes em nossas vidas

Flávio Azevedo
Chocolates, ovos de Páscoa, canjica, queijos, vinhos, peixes como, por exemplo, o bacalhau, são alimentos típicos da Semana Santa. Mas o que é a Semana Santa? São os últimos sete dias da Quaresma. E o que é Quaresma? Trata-se de um período religioso católico-cristão, que começa na Quarta-Feira de Cinzas e termina no Domingo de Páscoa. Mas, e o que é tudo isso? Bem, primeiro vamos salientar que os símbolos sem significado, o comércio fez questão de massificá-los. Já os símbolos importantes são abordados superficialmente. 

De acordo com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Quaresma surgiu entre os católicos por volta do ano 350 D.C. e compreende os quarenta dias que antecedem a ressurreição de Jesus Cristo, que se comemora no Domingo de Páscoa. Nesse período, o católico deve comparar a sua vida com a de Cristo, inclusive se está praticando os exemplos deixados por Ele.

Judeus e protestantes em geral, utilizam a data somente para aproveitar a receptividade das pessoas à religião. Para esse grupo, a origem da Páscoa está no capítulo 12, do livro de Êxodo, que narra a luta dos descendentes de Jacó (israelitas) para deixarem o Egito. A bíblia narra essa história, dizendo que os hebreus foram escravos na terra dos faraós por 430 anos. Passado esse tempo, Deus levantou Moisés para libertar o povo, que só foi liberado depois que 10 pragas castigaram os egípcios. A Páscoa teve relação com a décima praga, que consistia na morte de todos os primogênitos, inclusive dos animais.

A forma de evitar a visita do Anjo Destruidor era simplesmente uma questão de fé. O chefe da casa deveria sacrificar um cordeirinho, que seria assado e comido com ervas amargas e pão sem fermento. Além disso, o sangue do cordeiro deveria ser borrifado nos umbrais da porta, porque a instrução do Anjo Destruidor era poupar as casas que apresentassem esse sinal. O nome Páscoa foi dado a celebração religiosa anual, que era realizada entre os hebreus, para lembrar o dia da libertação do cativeiro egípcio. As ervar amargas simbolizava a amargura da escravidão e o pão sem fermento uma vida sem pecado. Mas o principal simbolismo da festividade era o cordeiro sacrificado, que significava Jesus, o Filho de Deus, que morreu para salvar a humanidade separada de Deus pelo pecado. Convém ressaltar, que essa conclusão final, não é compartilhada pelos judeus, que não reconhecem Jesus como o salvador do mundo. Além disso, também convém lembrar que sorrateiramente, o coelho substituiu o verdadeiro símbolo da ocasião, que é o cordeiro.

Anos mais tarde, o capitalismo a fim de captar dinheiro introduziu a figura do ovo, do coelho de Páscoa e do chocolate. O ovo é um significado antigo, que simboliza nascimento ou vida nova. Daí sua associação à Páscoa: a Ressurreição de Jesus também indica o princípio de uma nova vida e a redenção da humanidade. Os egípcios e persas costumavam tingir ovos com as cores primaveris e os davam a seus amigos. Os persas acreditavam que a Terra saíra de um ovo gigante. Portanto, essa comemoração não é do cristianismo.

Por ser um dos primeiros animais que aparecem depois de um longo e tenebroso inverno, o coelhinho de Páscoa simboliza a mudança de inverno, onde a natureza está murcha, para a primavera, onde a vida já renasceu. Além disso, como os coelhos são animais que se reproduzem com facilidade e em grande quantidade, resolveram em determinada época da Idade Média, associar o animalzinho a ressurreição de Jesus – que veio restaurar a relação rompida entre a humanidade e Deus. Esse coelho também é um sincretismo religioso.

O componente mais concorrido da Páscoa é o “Theobroma”, nome dado pelos gregos ao alimento que conhecemos como chocolate, que era chamado de “alimento dos deuses”. Já para os Maias e Astecas, o chocolate era tão sagrado quanto o ouro. Eles acreditavam que o alimento possuía poderes afrodisíacos e aumentava o vigor de quem os utilizava. Por isso, ele geralmente era reservado aos governantes e soldados. Com a consolidação do capitalismo, o chocolate tornou-se uma da suas grandes ferramentas de consumismo, que tratou de comercializar o produto. A superstição desses povos foi transformada em certeza nos tempos modernos, quando a ciência constatou o poder energético do alimento.

Independente da interpretação de cada um, que nessa Semana Santa nós possamos refletir sobre a importância da fraternidade em nossas vidas. Que o exemplo deixado pelo Cordeiro de Deus, sacrificado por mim e por você, no Monte Calvário, em Jerusalém, nos oriente em nossas decisões de cada dia. Boa Páscoa! Vamos em frente! #flavioazevedo

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