Parque Estadual Costa do Sol pode perder áreas protegidas

Flávio Azevedo

Duas emendas ao projeto de lei 1.546/16, que retira o distrito de Monte Alto, em Arraial do Cabo, dos limites do Parque Estadual da Costa do Sol (PECS), estão causando polêmica entre os ambientalistas, que estão enxergando malandragem nas alterações do texto original do deputado estadual Janio Mendes (PDT). No entendimento de ambientalistas e das pessoas mais antenadas no bastidor político, a ideia é deixar uma grande área disponível para loteamentos e para construção de empreendimentos imobiliários.

O objetivo original do projeto é garantir a moradia das famílias que já viviam em Monte Alto antes da criação do Parque. Todavia, as modificações propostas pelos deputados Rosenverg Reis (PMDB) e Marcos Abrahão (PT do B) estão sendo entendidas como oportunistas e recheadas de segundas intenções. Áreas totalmente fora da questão que se discute em Arraial do Cabo foram incluídas no projeto. Trechos do Morro do Mico, em Cabo Frio (entre o Jacaré e o Porto do Carro) e trechos que atingem as lagoas da Jacarepiá e Vermelha, em Saquarema; estão sendo envolvidas por puro interesse especulativo.

Caso o projeto seja aprovado, mais de 16 milhões de metros quadrados de área de grande relevância ambiental para a região deixarão de ser protegidas para atender interesses comerciais predatórios. Ao Blog Iniciativa Popular de Búzios, o ativista e integrante do Conselho do Parque Estadual da Costa do Sol, Roberto Noronha; disse que os deputados, Rosenverg Reis e Marcos Abrahão; estão atendendo a interesses dos proprietários das terras. “Mas será que eles conhecem essas áreas? Isso é o mínimo que eles precisam antes de propor qualquer alteração nos limites de uma unidade de conservação”, questionou.