Flávio Azevedo
Em 1971 o ator e dramaturgo, Roberto Bolaños; acertou a mão ao lançar o seriado Chaves. No Brasil, a atração está no ar desde 1984, sempre na grade de programação do SBT. Essa semana, os bastidores da análise do Habeas Corpus Preventivo pedido pela defesa do ex-presidente, Lula; ao Supremo Tribunal Federal (STF), nos fez lembrar um dos episódios mais interessantes do Chaves. Gravado em 1975, “O Julgamento do Chaves” retrata com exatidão o que ocorre na suprema corte brasileira em relação ao Lula e outros que por naquela instância são julgados.
Na ficção, Chaves atropela o gatinho do Kiko enquanto andava na bicicleta do Seu Madruga. Para debater o caso, a vizinhança improvisa um tribunal para decidir se o menino Chaves é culpado ou inocente.
Prestes a ser condenado, Chaves pede a palavra e conta a razão de ter atropelado o gatinho, que só foi atingido pela bicicleta, porque Chaves teve que desviar de um homem que estava parado no meio da rua admirando uma bela mulher. Ao fazer essa revelação, Chaves pergunta ao juiz do tribunal improvisado, que é o professor Girafáles: “devo dizer quem é esse homem?”. Com medo de ser revelado e ter sua aventura descoberta por Dona Florinda, a quem corteja no seriado, imediatamente ele inocenta o Chaves e dá o caso por encerrado.
O que está nítido nesse caso do ex-presidente Lula é que os seus acusadores e julgadores estão se borrando de medo da possibilidade de o Lula fazer como o Chaves: contar porque, para conseguir governar, precisou atropelar inúmeras regras. Assim como o professor Girafales se apressou em inocentar o Chaves, que realmente era culpado, os ministros do STF estão ansiosos para inocentar o Lula, porque embora seja culpado, ele pode revelar o nome das pessoas de quem precisou se desviar e por isso acabou atropelar as leis brasileiras.
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