Flávio Azevedo
Faltando pouco menos de um ano para as eleições municipais, a pergunta “quem será candidato a prefeito de Rio Bonito?” vai ganhando forças nas ruas da cidade e nas rodas de conversa onde o assunto é política. As respostas a essa pergunta provoca um misto de inconformismo, irritação e desesperança, porque apesar de insatisfeitos com as administrações das últimas décadas que se repetem nas mãos de duas pessoas e dentro de dois grupos antagônicos, mas hegemônicos, o riobonitense vive preso num circulo vicioso de onde ele não consegue sair por uma série de razões.
Os nomes, Mandiocão e Solange, são hegemônicos, assim como os seus grupos de sustentação; e quando o nome Marcos Abrahão ganhava alguma condição de enfrentar os tradicionais caciques, a operação Furna da Onça, braço da Lava Jato no Rio de Janeiro, prendeu o deputado eleito por quase um ano, fato que joga por terra as poucas chances que Marcos Abrahão tinha de rivalizar com a dupla Mandiocão e Solange. É claro que os medrosos têm medo de confirmar essa obviedade, mas essa é a realidade.
A sucessão municipal é sempre um tema que desperta paixões, mas essa postura mostra que o eleitorado ainda é infantil a respeito do assunto política e desconhece por completo o funcionamento desse mecanismo, sobretudo se levarmos em conta que a transformação exigida pela sociedade (se é que ela exige isso, eu tenho minhas dúvidas) precisa partir da Câmara Municipal de Vereadores, ambiente enxergado por eleitores, instruídos e ignorantes, como menos importante que o poder Executivo, o que é um tremendo engano.
Uma Câmara Municipal forte e qualificada faz o chefe do Executivo, mesmo sendo incapacitado funcionar. Todavia, o cidadão médio acha que o Executivo é mais importante, porque nesse poder estão os cargos, empregos e nomeações. Acaba que o cidadão enxerga o vereador como um moleque de recado para suas inquietações. O mais grave é que como o desconhecimento é geral, inclusive, dos vereadores, boa parte deles para satisfazer o desejo estrábico da população toma para si responsabilidades que não pertencem a ele. Nesse papo da madrugada vamos dialogar sobre isso.
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