Flávio Azevedo
No parlamento municipal vereadores governistas e oposicionistas demonstram insatisfação com a estagnação do poder Executivo e a transferência de responsabilidade. |
Acusado pela
oposição, hoje governo, de intransigência e de não dialogar com o poder
Legislativo, o ex-prefeito José Luiz Antunes segue sendo imitado pela gestão
que sucede os seus dois mandatos. Vereadores começam demonstrar desconforto com
a transferência de responsabilidades que deveriam ser tomadas pelo poder
Executivo, mas acabam sendo creditadas na conta da Câmara de Vereadores. No
entendimento de alguns parlamentares, o objetivo é dividir o peso das críticas
da opinião pública e da população em geral sobre iniciativas que geram
discórdia.
Desconfiados, governistas
e oposicionistas, começam a entender como “oportunista”, a condução de
determinadas questões dos bastidores políticos. A redução de salário de
secretários e comissionados; a criação de oito Secretarias Municipais e 20
assessorias especiais, sendo cinco delas com status e salário de secretário; foram
apontadas pelo Executivo como fundamentais para a governabilidade, mas até
agora, segundo alguns vereadores, o município segue parado e a população culpa a
Câmara por ter aprovado mudanças que não resultaram em melhorias dos serviços prestados
pela Prefeitura.
– Eu sou um vereador
de bairro, uma localidade grande e acreditando num projeto político que nos foi
apresentado, nós subimos em palanque e fizemos um monte de promessas. Contudo, diante
de tantas reclamações, eu começo a não ter mais justificativas e desculpas para
o meu eleitorado. Acredito que isso está acontecendo com todos os colegas aqui –
disse o vereador Edilon de Souza Ferreira, o Dilon de Boa Esperança (PRB),
durante a sessão Legislativa dessa quinta-feira (16/05).
Também reclamou da
estagnação dos serviços, o vereador Márcio da Cunha Mendonça, o Marcinho Bocão
(DEM). Para ele, o vereador tem que ser parceiro do Executivo, “mas nós
precisamos que as nossas solicitações sejam atendidas, para não cairmos em descrédito
junto aos nossos eleitores. Mas está acontecendo exatamente o contrário”. O vereador
Marcos da Fonseca, o Marquinho da Luanda Car (PMDB), acompanhou a declaração do
colega, disse que já fez 51 indicações de melhorias para o município e acrescentou
que “se fui atendido em três delas foi muito”. O vereador Aissar Elias (PTN) sugeriu
a convocação de secretários para que eles tragam os devidos esclarecimentos
sobre os assuntos que sempre são debatidos pela Casa.
A gota d’água
A mensagem do Executivo que pede aumento para os procuradores tem gerado polêmica e divide a opinião dos vereadores. |
A mensagem do poder
Executivo que pede aumento para os Procuradores do município desagradou os
vereadores e demonstra ser um barril de pólvora seja ela aprovada ou rejeitada.
Os vereadores entendem que a remuneração dos procuradores precisa ser
reajustada, mas a movimentação do Sindicato dos Servidores Municipais de Rio
Bonito (Sinsmurb) e de Conselhos de outras categorias, cobrando reajustes também
para os seus representantes, começa a preocupar os edis.
– O prefeito José
Luiz fazia isso, ela (a prefeita Solange) viu que dá resultado e está usando a
mesma estratégia. Diante de determinadas situações, ele (Mandiocão) jogava a
responsabilidade sobre a Câmara e quem ficava mal era o vereador. É justo o
aumento dos procuradores? Sim. Mas e as demais categorias? A prefeita lavou as
mãos e jogou a responsabilidade sobre os ombros do Legislativo, que vai sair
mal visto sendo contrário ou favorável – comentou um experiente assessor da
Casa, acrescentando que “para ela é muito cômodo, porque quando alguém questionar
ela dirá que mandou a mensagem e os vereadores decidiram”.
O presidente da Casa,
o vereador Reginaldo Ferreira Dutra, o Reis (PMDB), disse que “os vereadores
estão esperando mesmo é que o Executivo envie a esta Casa, o Plano de Cargos, Carreira
e Remuneração (PCCR), que já está pronto, o governo anterior não enviou e
estamos esperando que a atual administração nos envie. Eu duvido que algum
vereador vote contra a implantação desse benefício, mas ele precisa chegar a
esta Casa”, ponderou.
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