sexta-feira, 17 de maio de 2013

Prefeito José Luiz Mandiocão faz escola em Rio Bonito


Flávio Azevedo

No parlamento municipal vereadores governistas e oposicionistas demonstram insatisfação com a estagnação do poder Executivo e a transferência de responsabilidade.
Acusado pela oposição, hoje governo, de intransigência e de não dialogar com o poder Legislativo, o ex-prefeito José Luiz Antunes segue sendo imitado pela gestão que sucede os seus dois mandatos. Vereadores começam demonstrar desconforto com a transferência de responsabilidades que deveriam ser tomadas pelo poder Executivo, mas acabam sendo creditadas na conta da Câmara de Vereadores. No entendimento de alguns parlamentares, o objetivo é dividir o peso das críticas da opinião pública e da população em geral sobre iniciativas que geram discórdia.

Desconfiados, governistas e oposicionistas, começam a entender como “oportunista”, a condução de determinadas questões dos bastidores políticos. A redução de salário de secretários e comissionados; a criação de oito Secretarias Municipais e 20 assessorias especiais, sendo cinco delas com status e salário de secretário; foram apontadas pelo Executivo como fundamentais para a governabilidade, mas até agora, segundo alguns vereadores, o município segue parado e a população culpa a Câmara por ter aprovado mudanças que não resultaram em melhorias dos serviços prestados pela Prefeitura.
– Eu sou um vereador de bairro, uma localidade grande e acreditando num projeto político que nos foi apresentado, nós subimos em palanque e fizemos um monte de promessas. Contudo, diante de tantas reclamações, eu começo a não ter mais justificativas e desculpas para o meu eleitorado. Acredito que isso está acontecendo com todos os colegas aqui – disse o vereador Edilon de Souza Ferreira, o Dilon de Boa Esperança (PRB), durante a sessão Legislativa dessa quinta-feira (16/05).

Também reclamou da estagnação dos serviços, o vereador Márcio da Cunha Mendonça, o Marcinho Bocão (DEM). Para ele, o vereador tem que ser parceiro do Executivo, “mas nós precisamos que as nossas solicitações sejam atendidas, para não cairmos em descrédito junto aos nossos eleitores. Mas está acontecendo exatamente o contrário”. O vereador Marcos da Fonseca, o Marquinho da Luanda Car (PMDB), acompanhou a declaração do colega, disse que já fez 51 indicações de melhorias para o município e acrescentou que “se fui atendido em três delas foi muito”. O vereador Aissar Elias (PTN) sugeriu a convocação de secretários para que eles tragam os devidos esclarecimentos sobre os assuntos que sempre são debatidos pela Casa.

A gota d’água

A mensagem do Executivo que pede aumento para os procuradores tem gerado polêmica e divide a opinião dos vereadores.
A mensagem do poder Executivo que pede aumento para os Procuradores do município desagradou os vereadores e demonstra ser um barril de pólvora seja ela aprovada ou rejeitada. Os vereadores entendem que a remuneração dos procuradores precisa ser reajustada, mas a movimentação do Sindicato dos Servidores Municipais de Rio Bonito (Sinsmurb) e de Conselhos de outras categorias, cobrando reajustes também para os seus representantes, começa a preocupar os edis.
– O prefeito José Luiz fazia isso, ela (a prefeita Solange) viu que dá resultado e está usando a mesma estratégia. Diante de determinadas situações, ele (Mandiocão) jogava a responsabilidade sobre a Câmara e quem ficava mal era o vereador. É justo o aumento dos procuradores? Sim. Mas e as demais categorias? A prefeita lavou as mãos e jogou a responsabilidade sobre os ombros do Legislativo, que vai sair mal visto sendo contrário ou favorável – comentou um experiente assessor da Casa, acrescentando que “para ela é muito cômodo, porque quando alguém questionar ela dirá que mandou a mensagem e os vereadores decidiram”.

O presidente da Casa, o vereador Reginaldo Ferreira Dutra, o Reis (PMDB), disse que “os vereadores estão esperando mesmo é que o Executivo envie a esta Casa, o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR), que já está pronto, o governo anterior não enviou e estamos esperando que a atual administração nos envie. Eu duvido que algum vereador vote contra a implantação desse benefício, mas ele precisa chegar a esta Casa”, ponderou.

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