Flávio
Azevedo
A minha
reprovação aos governantes que nos últimos 20 anos, comandam e comandaram a
nossa cidade, não é segredo para ninguém. Isso não quer dizer que nada foi
realizado, mas uma análise fria e sem a influência do puxa-saquismo mostra que os
prefeitos e os seus subalternos são arcaicos, usam e abusam do coronelismo e,
consequentemente, são centralizadores ao extremo. Enquanto chega a Itaboraí um bilionário
investimento (Comperj), os nossos comandantes insistem na política do
revanchismo, do carrega gente, da obrinha eleitoreira e só pensam o futuro do
município nos três meses de campanha eleitoral.
Durante um
dos programas “Conta Corrente”, da Globo News, um economista afirma que o país para
ser forte precisa oferecer bons salários e dar poder compra aos seu povo. Essa
lógica serve para Estados e, naturalmente, para municípios. Contudo, analisando
os fatídicos últimos 20 anos, não precisa ser um gênio para perceber que os
nossos prefeitos não tiveram esse olhar. Individualmente, todos ganharam
dinheiro, junto com aqueles que estavam em seu entorno, mas economicamente a população
não cresceu. Diga-se de passagem, 98% dos nossos empresários precisam matar um
leão por dia para manter os seus negócios funcionando.
Aliás,
você sabia que a Prefeitura de Rio Bonito não conta com um economista em seus
quadros? Então, quem orienta o chefe do poder Executivo? Só para refrescar a memória
do nosso leitor, nós precisamos lembra-los que o poder riobonitense vem, ao
longo dos tais 20 anos, se revezando nas mãos dum pecuarista e duma veterinária.
Se não bastasse isso, no momento que se fala em valorização, fortalecimento do
capital e aumentar o poder de compra, a prefeita tem a infeliz ideia de reduzir
os salários de secretários e comissionados, o que é um retrocesso.
A verdade
é que os salários deveriam ser aumentados e não reduzidos. Ela deve ter esquecido
que para contar com bons quadros na sua equipe, os salários precisam ser bons. Quando
a máquina pública paga bem, empresários e comerciantes lucram e são impulsionados
a valorizar os seus colaboradores. Alguém pensou isso? Bem, ela não pensou e quem
estava ao lado dela preferiu não dizer nada, porque poderia perder o lugar
prometido. Aliás, não seria essa ampliação de cargos, que ela estaria pretendendo
aumentar em 2014, uma estratégia para acomodar apadrinhados?
Sinceramente,
você vê ou ouve debates onde o assunto Economia, criação de emprego, geração de
renda e qualificação, sejam debatidos de maneira palpável e profissional? A
busca real por uma universidade, por escolas técnicas e, sobretudo o fomento ao
Ensino Fundamental, segmento que permite o futuro jovem chegar com base educacional
no concorrido mercado de trabalho, é pensado por nossos prefeitos sem sensacionalismo
político? Não, claro que não! Isso não dá voto e o que lhes interessa é o
poder.
Como disse
recentemente o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim
Barbosa, ao comentar as siglas partidárias, uma fala que tranquilamente pode ser
estendida aos políticos, “não existe consistência programática ou ideológica,
querem o poder pelo poder”. Por outro lado, o cidadão não procura saber do
candidato, quais são os seus projetos para o município. Pelo contrário, a busca
é pelo que ele pode oferecer individualmente, “porque o meu voto ou o meu apoio
não é barato”. Ou seja, é um círculo vicioso que não tem fim, porque boa parte
dos que votam, “não tem ‘consciência’ programática, ideológica e querem o dinheiro
pelo dinheiro”.
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