quinta-feira, 30 de maio de 2013

Os prefeitos de Rio Bonito desconhecem política econômica ou monetária

Flávio Azevedo

A minha reprovação aos governantes que nos últimos 20 anos, comandam e comandaram a nossa cidade, não é segredo para ninguém. Isso não quer dizer que nada foi realizado, mas uma análise fria e sem a influência do puxa-saquismo mostra que os prefeitos e os seus subalternos são arcaicos, usam e abusam do coronelismo e, consequentemente, são centralizadores ao extremo. Enquanto chega a Itaboraí um bilionário investimento (Comperj), os nossos comandantes insistem na política do revanchismo, do carrega gente, da obrinha eleitoreira e só pensam o futuro do município nos três meses de campanha eleitoral.

Durante um dos programas “Conta Corrente”, da Globo News, um economista afirma que o país para ser forte precisa oferecer bons salários e dar poder compra aos seu povo. Essa lógica serve para Estados e, naturalmente, para municípios. Contudo, analisando os fatídicos últimos 20 anos, não precisa ser um gênio para perceber que os nossos prefeitos não tiveram esse olhar. Individualmente, todos ganharam dinheiro, junto com aqueles que estavam em seu entorno, mas economicamente a população não cresceu. Diga-se de passagem, 98% dos nossos empresários precisam matar um leão por dia para manter os seus negócios funcionando.

Aliás, você sabia que a Prefeitura de Rio Bonito não conta com um economista em seus quadros? Então, quem orienta o chefe do poder Executivo? Só para refrescar a memória do nosso leitor, nós precisamos lembra-los que o poder riobonitense vem, ao longo dos tais 20 anos, se revezando nas mãos dum pecuarista e duma veterinária. Se não bastasse isso, no momento que se fala em valorização, fortalecimento do capital e aumentar o poder de compra, a prefeita tem a infeliz ideia de reduzir os salários de secretários e comissionados, o que é um retrocesso.

A verdade é que os salários deveriam ser aumentados e não reduzidos. Ela deve ter esquecido que para contar com bons quadros na sua equipe, os salários precisam ser bons. Quando a máquina pública paga bem, empresários e comerciantes lucram e são impulsionados a valorizar os seus colaboradores. Alguém pensou isso? Bem, ela não pensou e quem estava ao lado dela preferiu não dizer nada, porque poderia perder o lugar prometido. Aliás, não seria essa ampliação de cargos, que ela estaria pretendendo aumentar em 2014, uma estratégia para acomodar apadrinhados?

Sinceramente, você vê ou ouve debates onde o assunto Economia, criação de emprego, geração de renda e qualificação, sejam debatidos de maneira palpável e profissional? A busca real por uma universidade, por escolas técnicas e, sobretudo o fomento ao Ensino Fundamental, segmento que permite o futuro jovem chegar com base educacional no concorrido mercado de trabalho, é pensado por nossos prefeitos sem sensacionalismo político? Não, claro que não! Isso não dá voto e o que lhes interessa é o poder.


Como disse recentemente o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, ao comentar as siglas partidárias, uma fala que tranquilamente pode ser estendida aos políticos, “não existe consistência programática ou ideológica, querem o poder pelo poder”. Por outro lado, o cidadão não procura saber do candidato, quais são os seus projetos para o município. Pelo contrário, a busca é pelo que ele pode oferecer individualmente, “porque o meu voto ou o meu apoio não é barato”. Ou seja, é um círculo vicioso que não tem fim, porque boa parte dos que votam, “não tem ‘consciência’ programática, ideológica e querem o dinheiro pelo dinheiro”.

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