Flávio Azevedo
A vereadora Rita de Cássia narrando os acontecimentos da última segunda-feira (28/05), no HRDV. |
Durante a sessão itinerante dessa
terça-feira (28/05), realizada na Escola Municipal Antônio Lopes Campos Filho,
no Basílio, enquanto a mensagem que prevê o aumento do salário dos médicos da
UPA, dos PSFs e SAMU era debatida, a vereadora Rita de Cássia (PP) disse que uma
pediatra do Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV) teria sido agredida, na
última segunda-feira (27/05), por uma mãe que estaria esperando atendimento, no
Pronto Socorro, por cerca de seis horas (12h30min às 18h).
Segundo a vereadora, ela chegou ao
hospital por volta das 18h, tomou conhecimento da espera e quando estava saindo
viu agitação entre os médicos, a presença de policiais e soube da agressão.
– A justificativa era que o volume de
pacientes era grande. De que lado nós iremos ficar? Quem nós iremos defender? De
um lado a médica está sobrecarregada... Do outro lado, porém, essa mãe está
desde 12h30min querendo socorro para o seu filho. Lá fora tinham outras oito
mães reclamando da mesma espera – revelou a vereadora.
A parlamentar afirmou que esse é o momento
dos políticos locais descerem do palanque, “porque acabou o período eleitoral e
precisamos trabalhar”. O aumento do recurso, da Prefeitura para o HRDV, também
foi comentado pela vereadora. Ela acrescentou que os vereadores precisam pensar
essa questão junto com a prefeita Solange Almeida (PMDB) e com a diretoria da
unidade. “Às vezes, é uma questão de acolhimento, porque a mãe está lá fora,
mas o pediatra está no berçário, fazendo um atendimento interno”, ponderou a
vereadora, acrescentando que “com a reformulação da equipe de recepção, a
inexperiência dos novos profissionais pode ter contribuído para isso”.
O vereador Aissar Elias afirma que os médicos devem ser fiscalizados para saber se realmente estão rendendo o que se espera deles, |
Funcionário do HRDV há cerca de 40
anos, o vereador Aissar Elias (PTN) disse que “é preciso apurar com muito
cuidado essas questões”. Ele também comentou que o HRDV dispõe de uma Ouvidoria,
que deve ser acionada nesses momentos. O parlamentar também comentou que “o
protocolo da unidade é que quando o paciente chega grave o acolhimento tem que
ser imediato”. O vereador ainda criticou a classe médica, abordou os altos
salários e comentou a questão da produtividade.
– O médico, hoje, não quer trabalhar
no hospital. Ele prefere os consultórios, porque ganha mais e evita esse tipo
de situação. No hospital ele fica totalmente a mercê dessas situações, processos...
E não querem ganhar R$ 8 mil não. Eles querem R$ 15 mil! O município está
pagando bem e eles precisam render. Será que eles comparecem todos os dias no
Posto de Saúde da Família? A comunidade tem que denunciar se eles estão estiverem
trabalhando todos os dias – disparou Aissar, acrescentando que “se as crianças
fossem atendidas no Posto de Saúde do bairro, as filas no hospital e na UPA
seriam menores”.
O vereador comentou também que todos
os profissionais deveriam ser valorizados, porque todos são importantes para o
bom funcionamento da Saúde. O médico salva vidas e, na ausência deles, outros
profissionais, que também têm as suas responsabilidades, podem salvar. O
vereador disse ainda que os médicos de família não atuam como prevê o Programa de
Saúde da Família, mas a comunidade precisa ficar atenta e denunciar. “Hoje o
médico diz que só atende 10 pacientes. Já alguns médicos parecem que já estão
com a receita pronta na gaveta. Eles nem olham para a pessoa que está
necessitando de atendimento”, criticou Aissar.
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