sexta-feira, 2 de abril de 2021

Vacina escoltada para impedir a ação de criminosos

Várias viaturas da Polícia Militar fazem a segurança do translado das vacinas e protegem os locais de armazenamento dos imunizantes.

A notícia dessa sexta-feira (02/04) desceu do céu na hora que eu estava caminhando próximo ao Estádio Carlos Gonçalves (Motorista Futebol Clube). Além do helicóptero, aeronave que sempre chama atenção, outra situação que despertou a curiosidade de quem passava pelo local era o aparato policial que envolve a entrega das vacinas. Fiquei surpreso com a quantidade de viaturas da Polícia Militar na área interna do estádio.

É que além de fazer a segurança do ato de entrega, uma viatura da Polícia escolta cada veículo que sai do estádio com os imunizantes. E não é só isso. Os policiais ficam de plantão 24h na unidade onde a vacina é estocada. Hoje, o helicóptero do Corpo de Bombeiros trouxe vacina para Rio Bonito e outros quatro municípios: Silva Jardim, Saquarema, Tanguá e Itaboraí. Por isso tantos policiais e viaturas no estádio. A equipe de cada município veio com sua escolta policial.

E por que as coordenações de imunização de cada município são escoltadas? Porque marginais podem tentar roubar as vacinas durante o translado dos imunizantes. Aliás, as entregas são feitas por via aérea também para evitar qualquer possibilidade de extravio e assalto que poderiam ocorrer com maior facilidade no transporte por via terrestre.

Se você está assustado com a audácia dos marginais, não esqueça que as ditas “pessoas de bem” também estão aprontando horrores para conseguir burlar a fila da vacinação. As ações, inclusive, já são do conhecimento do Ministério Público (MP), que tem acompanhado de perto a forma como os municípios estão lidando com tudo que envolve a imunização das pessoas.
Nessa sexta-feira (02/04) a vacina foi entregue por uma aeronave do Corpo de Bombeiros.
Para o amigo leitor ter uma ideia da gravidade dos fatos, tem gente fabricando informações e fraudando documentos para justificar a vacinação de parentes que não seriam imunizados, agora, por estarem no fim da fila dos critérios de prioridade de vacinação. Numa das histórias que chegaram ao meu conhecimento, o sujeito “de bem” registrou em cartório os suspeitos documentos que foram apresentados ao setor de Imunização. O caso foi apresentado ao MP.

O curioso é que geralmente encontramos os personagens principais dessas histórias grotescas de fraude esbravejando nas esquinas e papos de botequim dizendo que os políticos são ladrões, que os governantes são desonestos e que “alguém precisa fazer alguma coisa”. O pilantra até ganharia uma nota 10, caso ele frisasse que a desonestidade do meio político é fruto de uma sociedade desonesta, hipócrita, cínica e egoísta onde todos nós estamos inseridos e não adianta pular e fazer carinha feia quando me encontrar na rua porque a verdade é essa.

A desonestidade e a hipocrisia do brasileiro se assemelha ao alcoolismo. Assim como a doença do alcoolismo só pode ser vencida quando o doente reconhece que é alcoólatra e que precisa de tratamento, a sociedade brasileira só conseguirá tratar essa chaga maligna da desonestidade, da corrupção e da hipocrisia, quando reconhecer que essa é uma das nossas tristes características. Aliás, o texto bíblico diz que “não há um justo, não há um sequer; porque todos pecaram e carecem da glória de Deus”.

De acordo com o apóstolo Paulo, que escreveu essa reflexão na carta que direcionou aos cristãos da igreja de Roma (Romanos 3 – 10 e 23), nós somos carentes da “Glória de Deus”. Eu concordo com ele, mas acrescentaria ao texto de Paulo que um pouco de vergonha na cara de vez enquanto também nos faria muito bem. Vamos em frente! #flavioazevedo

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