terça-feira, 27 de abril de 2021

Não é de hoje que o noticiário vende apreensão e medo

É nítido que a imprensa brasileira tem a mania de oferecer um noticiário dramático. Primeiro para enredar o consumidor da informação, sobretudo se esse consumidor for um indivíduo de temperamento sôfrego e afobado. Segundo para vender a notícia através de manchetes que causam sensação. Observe que nem o noticiário esportivo escapa desse tipo de indução ao desespero.

Olhando nessa terça-feira (27/04) o noticiário esportivo, por exemplo, eu me deparo com a seguinte manchete: “reserva no La Calera, Valdívia tem bons números contra o Fla”. Vejam que o cara é "reserva", nem se sabe se ele vai jogar, há anos ninguém falava em Valdívia, mas ressuscitaram o chileno, que tem passagem pelo Palmeiras. Perceba que existe uma estratégia de vender apreensão, nesse caso para o torcedor do Flamengo que, hoje, conta com um time infinitamente melhor que o La Calera!

Eu não sei se você já notou, mas todas as vezes que a seleção brasileira de Futebol vai jogar com a seleção do Uruguai, os caras relembram do tal “Maracanaço”, quando a seleção uruguaia venceu a brasileira em pleno Maracanã na final da Copa de 1950. Depois disso a nossa seleção já jogou 200 vezes com o Uruguai, venceu, perdeu, eliminou e seguem tratando do assunto como se tivesse acontecido semana passada. Aí trazem para as manchetes jogadores medianos do Uruguai como se fossem o Pelé. Durante a partida, quando a bola cai no pé desse sujeito o narrador grita “bola em fulano, ele é perigoso”... Pelo amor de Deus! Para com isso! 
Outro exemplo clássico encontramos no “Noticiário Covid”, geralmente recheado de truques e pegadinhas para apavorar as pessoas. É só o número de óbitos diminuir que começa o malabarismo midiático para não deixar a pessoa relaxar. Aliás, é nítido que setores da imprensa lutam para esconder informações que mostram redução de mortes. Parece que se recusam a oferecer uma mensagem de esperança. Basta o número de mortes começar a diminuir que logo surge uma notícia dizendo que “embora os números estejam melhorando pesquisadores da puta que o pariu identificaram nova cepa Covid que é mais letal, atinge criança, cachorro, papagaio”... É impressionante como não deixam o povo respirar. 

Quando não dá para escamotear o número de mortes o noticiário é direcionado para temas transversais dentro da pauta Corona Vírus tipo “CPI Covid”, “Anvisa não autorizou importação da vacina russa Sputnik V”, “presidente não quis comprar vacina de 11 vendedores” etc. A melhor de todas, porém, eu li hoje. A manchete diz: “todo brasileiro conhece alguém que morreu de Covid-19”. Que grande conclusão! 

Eu não sei você, mas depois de um ano eu estou cansado desses truques. Outra constatação é que as notícias que trazem algum tipo de positividade sempre são dadas com um ponto de interrogação. A Revista Veja trouxe uma matéria interessante na primeira semana de janeiro. O texto diz que “não há dúvidas de que os exercícios físicos têm relação direta com a imunidade”. Agora, vem o se não. “No entanto, o que pouca gente sabe é que eles podem nos proteger ou, na contramão, nos deixar ainda mais suscetíveis a certas enfermidades”. É mole?

Finalizo compartilhando com você que leu o texto até aqui outro trecho dessa reportagem da Veja. “As práticas físicas não melhoram apenas a imunidade ao longo da vida, mas também o fazem de forma pontual. Basta uma sessão de exercício para que ela fique mais aguçada em até aproximadamente duas ou três horas após o término da atividade.

Para ter ideia da relevância do tema, estudiosos já traçaram uma correlação entre exercícios físicos e a proteção ao novo coronavírus. Em artigo publicado na revista científica Diabetes & Metabolic Syndrome: Clinical Research & Reviews, pesquisadores relatam, após analisar pacientes com Covid-19, que treinos aeróbicos contribuem para fortalecer a imunidade em geral e o sistema respiratório, podendo minimizar a morbidade e mortalidade decorrentes do vírus.

Cabe destacar que práticas como correr, nadar e pedalar aumentam a imunidade especificamente no aparelho respiratório, o principal alvo do coronavírus”. Ou seja, seguirei com as minhas trilhas, apesar da cara amarrada da torcida organizada do Corona Vírus que me chamam de “negacionista” e “irresponsável”. Vamos em frente! #flavioazevedo

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