Flávio Azevedo
O prefeito José Luiz Antunes apresentando suas razões aos inativos no encontro da última quinta-feira (05/07). |
Está fazendo uma semana hoje, quinta-feira (12/07), que o prefeito José Luiz Antunes (PP) promoveu uma reunião “Mandrake” com aposentados e pensionistas que recebem seus salários pelo Instituto de Previdência dos Servidores Municipais de Rio Bonito (Iprevirb). O primeiro objetivo do encontro era dar explicações sobre os recorrentes atrasos de salário que têm oferecido transtornos aos inativos. O segundo objetivo foi promover a “guerra fria” entre Prefeitura e Iprevirb.
De acordo com reportagem veiculada pela Comunicação da Prefeitura, durante a reunião, a secretária de Administração, Daniele Patrocínio; explicou que em 2017, com mediação do Ministério Público (MP), Prefeitura e Iprevirb acordaram que as dívidas com o Iprevirb (dois repasses) deixadas pela ex-prefeita, Solange Almeida; seriam parceladas em 15 prestações de R$ 93.653,23. A secretária explicou que o município já pagou oito parcelas.
Vale destacar que a ex-prefeita não fez três repasses ao Iprevirb (outubro, novembro e 13º salário de 2016), mas o acordo no MP só privilegiou dois meses, porque o terceiro mês já havia sido quitado em meados de 2017, quando a Justiça fez um arresto nas contas da Prefeitura da ordem de R$ 750 mil.
Na matéria veiculada no site da PMRB, além da afirmação de que oito parcelas do acordo já haviam sido pagas, a secretária de Administração explicou que os repasses mensais estão em dia. Ela destacou que pode acontecer um pequeno atraso, “pois todo mês temos que solicitar à Câmara a aprovação do repasse”. A declaração de que o repasse atrasa, porque depende da Câmara prova que o encontro com os inativos também era ingrediente para sustentar outra guerra fria: a que existe entre prefeito e vereadores.
"Estamos pagando em dia e, acima de tudo, honrando o pagamento das dívidas que herdamos da administração passada", disse o prefeito. |
Não foi informado aos inativos, por exemplo, que o prefeito se comporta como um senhor feudal, que faz suas próprias leis. As mensagens enviadas ao poder Legislativo são protocoladas em cima da data dos pagamentos. O chefe do Executivo ignora a existência de um Regimento que determina a tramitação dessas mensagens pelas comissões da Casa Legislativa. De propósito, o prefeito envia as matérias em cima da hora e espalha os seus puxa sacos em pontos estratégicos com o discurso de que “a culpa é da Câmara”, um mantra mentiroso que só convence quem é da sua patota.
No encontro com os inativos, o prefeito afirmou que nos seus quatro mandatos ele sempre procurou pagar o funcionalismo em dia, o que é verdade. Todavia, ele se esqueceu de relatar que o fundo de R$ 10 milhões que existia no Iprevirb, em 2005, quando ele assumiu o seu segundo mandato, acabou sendo dilapidado, porque nos seus oito anos de gestão (2005/2012), ele fazia os repasses como queria e para não polemizar, a então diretoria do Iprevirb preferia lançar mão da reserva para completar a parte que não era repassada.
Durante esse período, como dizem os inativos, o pagamento realmente não atrasava. Mas isso acontecia não era porque o prefeito passava os recursos corretamente. Não atrasava porque existia um fundo para complementar o que faltava. Acontece que depois de oito anos a reserva acabou e, agora, os inativos descobriram que o “rei está nu”, nesse caso, “o prefeito está nu”.
"Vamos trabalhar juntos com vocês para que o instituto volte a ser dos servidores e administrado por eles", convocou o prefeito. |
Contrariado por não contar mais com a cortina de fumaça que protegia sua ilusória fama de bom administrador e bom pagador – o fundo de R$ 10 milhões – a alternativa é transferir a responsabilidade que é dele para os outros, partidarizar o debate e por em dúvida a idoneidade das pessoas, como se ele não tivesse colaboradores que são vigiados pela Justiça e pelo Ministério Público.
Resumo da ópera! É o sujo falando do mal lavado... Os problemas que o prefeito evidencia no Iprevirb podem ser resolvidos, mas para isso é preciso ser diplomático. É preciso saber dialogar. É preciso entender que não se trata pendengas e desavenças com a sutileza de um rinoceronte como tem acontecido.
Chamo a reunião da última quinta-feira (05/07) de “Mandrake”, porque o encontro não teve o propósito de oferecer esclarecimentos como foi anunciado. Pelo contrário. O objetivo do prefeito foi confundir ainda mais a cabeça das pessoas e coloca-las na condição de seus soldados na guerra fria que trava com o Iprevirb.
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