Flávio Azevedo
A secretária de Turismo de Rio Bonito, Carmen Mota. |
Terminado o ano de 2017, eu decidi fazer um balanço da gestão Mandiocão. Encontrei apenas um destaque positivo: a secretária municipal de Turismo, Carmen Motta. Enquanto 70% do secretariado mostrou contentamento em reproduzir o enfadonho e ensaiado discurso de “crise, falta de transição e o governo passado fez isso e não fez aquilo”, Carmen não se contentou em apenas reproduzir esse mantra. Ela também mostrou interesse, atitude e boa vontade diante dos desafios.
A frente de uma pasta sem recursos e pessoal técnico para tratar do assunto Turismo, ela compensou a pobreza da Secretaria – criada para empregar aliado político – com disposição, inclusive, para aprender. Carmen não se acomodou ao fato de ter experiência na vida pública e de ser da confiança do prefeito (se nada fizer será mantida no governo). Pelo contrário! Ela arregaçou as mangas e buscou quem tinha experiência em ações para ela desconhecidas. Inclusive, algumas atividades que ela capitaneou deveriam ter a frente seus colegas secretários, aqueles que estão acomodados ao cansativo mantra “pegamos a Prefeitura sucateada”.
Um dos poucos momentos positivos de Rio Bonito em 2017 foi a Corrida da UFF, evento que só aconteceu por ação direta da Secretária de Turismo, que é veterana (acompanha Mandiocão desde o seu 1º mandato – 93/96), mas está mostrando muito mais disposição que os novatos em quem tínhamos até alguma esperança de que fariam algo diferente.
Ao saber que esse seria o meu primeiro texto de 2018, alguém me disse que isso poderia gerar desconforto entre os demais secretários. Não estou preocupado com isso! Quem não gosta de constrangimento vá fazer outra coisa ou demostre interesse e atitude. Penso que Carmen Motta tem seguido o pensamento do professor Mário Sérgio Cortella: “fazer o teu melhor na condição que você tem, enquanto você não tem condições melhores de fazer melhor ainda!”.
Cortella acrescenta: “não agir assim faz a pessoa cair num lugar perigoso chamado mediocridade”. O filósofo segue dizendo que o medíocre até pode fazer melhor, mas ele só faz o possível e aí ele aponta a cereja do bolo: “mediocridade é falta de capricho”. Essa reflexão não tem o propósito de canonizar a secretária Carmen, que amanhã poderá ser criticada por mim. Mas é nítido que entre os secretários, sobretudo esses de pasta sem orçamento e pessoal técnico (criadas para não dar certo), ela é a única que está fazendo o melhor na condição que tem, enquanto não tem condições melhores de fazer melhor ainda.
Fica a dica aos demais e também ao prefeito!
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