Flávio Azevedo
A estrutura que vai abrigar a Faculdade Cenecista de Rio Bonito, localizada na Via Verde (Foto: Jornal Folha da Terra). |
De acordo com publicação no site do Sindicato dos Professores de Macaé e Região (Sinpro Macaé e Região), nos últimos anos dois anos, ao menos 100 professores foram demitidos pela Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (CNEC), nos colégios de Quissamã (Colégio Cenecista Nossa Senhora do Desterro), Rio das Ostras (Colégio Cenecista de Rio das Ostras) e Rio Bonito (Colégio Cenecista Monsenhor Antonio Souza Gens). Em Quissamã, por exemplo, a instituição demitiu 70 profissionais, entre assessores e funcionários. Em Rio Bonito, ex-funcionários comentam que cerca de 50 profissionais de todas as áreas foram demitidos. A argumentação da CNEC é o momento de crise.
Mas Rio Bonito sofreu um pouco mais. Além das demissões, a cidade acabou perdendo a Faculdade Cenecista de Rio Bonito (Facerb), o que representou prejuízos importantes para os universitários. Poucos alunos e o fortalecimento do Ensino à Distância é argumentação para o encerramento das atividades da Facerb. O Sinpro Macaé e Região revela que os demitidos estão tendo dificuldade para receber os seus direitos.
Enquanto isso, uma matéria publicada há algumas semanas no jornal Folha da Terra trouxe uma entrevista de Alexandre Santos, diretor presidente da CNEC. Ele anunciou a retomada das obras do futuro prédio da Faculdade Cenecista, localizado na Via Verde, próximo ao Fórum. As obras estão paralisadas há quase dois anos e segundo Alexandre Santos, os trabalhos seriam reiniciados já na primeira semana de janeiro. A previsão é que a nova unidade fique pronta no segundo semestre de 2019.
Alexandre Santos, que é ex-deputado federal, hoje, é representado na Câmara de Deputados pela esposa Soraya Santos. A saída da política aconteceu sob o argumento de que ele precisava se dedicar mais a CNEC. Ele revelou que a obra da CNEC em Rio Bonito já custou mais de R$ 7 milhões. Desse valor, cerca de R$ 2,5 milhões estão embaixo da terra.
– Essa obra já era para estar pronta, mas tivemos graves problemas com o terreno. Para suportar a estrutura tivemos que cavar mais de 30 metros. Fizemos praticamente outro prédio para baixo da terra. Levamos seis meses fazendo isso – disse Alexandre Santos, acrescentando que serão mais de 12 mil metros de obra com um investimento da ordem de R$ 11 milhões, além dos R$ 7 milhões que já foram gastos.
Isso significa que a CNEC vai investir R$ 18 milhões em Rio Bonito, notícia que destoa da questão que envolve os ex-funcionários. Se o grupo tem R$ 11 milhões para investimento em obras, não deveria quitar as questões trabalhistas dos ex-funcionários? Segundo o Sinpro Macaé e Região, as pessoas não estariam conseguindo receber os seus direitos.
Outro desencontro de informações é o encerramento das atividades da própria Facerb, extinta sob o argumento de que não tem aluno e porque o futuro é o Ensino à Distância. Os desencontros administrativos ao longo dos últimos anos também são notáveis, assim como atos equivocados da direção do grupo. Há alguns anos o protagonismo da CNEC esteve muito mais na política que na Educação, sobretudo o olhar humanista que era focado no acesso a Educação de qualidade aos menos favorecidos.
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