Flávio Azevedo
A equipe de combate a Dengue de Rio Bonito está preparada para combater o mosquito transmissor. |
Se depender da equipe que assumiu a
coordenação do Programa Municipal de Combate a Dengue (PMCD) da Prefeitura de
Rio Bonito, a doença está com os dias contados no município. A promessa é que
os agentes irão trabalhar firme no combate ao mosquito Aedes Aegypti
(transmissor da dengue) e irão implementar ações contra os roedores. Todavia, o
coordenador do programa, Roberto Carlos da Silva Gomes, afirma que sem a
colaboração da população a luta não terá os resultados almejados, “porque a
doença começa dentro da nossa casa e em nossos quintais”.
– Como estamos recebendo muitas
notificações de casos de dengue em bairros como Praça Cruzeiro, Rio do Ouro,
Monteiro Lobato e Ipê, nós já começamos a atuar forte nessas localidades. Nós estamos
indo rua por rua e a população tem nos recebido muito bem. A Secretaria de
Saúde, inclusive, já autorizou o uso do fumacê nos pontos mais críticos.
Qualquer problema o riobonitense pode ligar para (21) 3634-4234, que nós
estamos prontos a atender – garantiu Roberto.
Durante a entrevista, o coordenador do
PMCD fez um apelo à população: “eu peço que, por favor, quando alguém da nossa
equipe chegar a sua casa, você receba bem o nosso agente. Ele estará devidamente
uniformizado, identificado, o morador pode pedir que ele apresente a
credencial, mas franqueie a entrada dele na sua residência, porque é importante
para o resultado do trabalho”. Roberto acrescentou que os proprietários de
algumas imobiliárias estão ligando para o PMCD e franqueando a entrada dos
agentes nas casas que estão sob a responsabilidade deles. “E em várias dessas
residências que estão sob administração das imobiliárias nós encontramos focos
do mosquito transmissor da dengue. Quem fez contato conosco nós atendemos e foi
bom para todo mundo”.
Para o gerente técnico do programa, Vilcimar
Rodrigues Fortes Araújo, “as pessoas precisam abrir as suas casas também para o
fumacê, que passa em dias sem chuva e em horários sem a incidência dos raios
solares”. Ele também recomendou um olhar atento da população aos vasos de
planta e demais utensílios domésticos que precisam de armazenamento de água, “porque
pode ser um criadouro sem que a pessoa perceba”.
– As pessoas também podem, ao
encontrar a nossa equipe no seu bairro, chamar o nosso agente para vistoriar a
sua casa. Podem confiar em nosso pessoal porque eles estão preparados,
treinados e orientados a atender a todos. Qualquer problema, o que acreditamos
que não acontecerá, o morador pode ligar para o nosso telefone e informar o que
ocorreu – frisou o gerente técnico, que pediu para os pais impedirem as
crianças de ficarem correndo atrás do carro do fumacê, “porque faz mal inalar os
vapores do fumacê e a criança pode tropeçar, cair e acontecer um acidente”.
Problemas
do fumacê
Profissional exibe equipamento manual. |
Instrumento condenado
por alguns e olhado com desconfiança pelos próprios órgãos de Saúde, o fumacê,
tradicional método de combate a dengue, deve ser recebido com alguns cuidados
pelos moradores. Usado, nos últimos anos, apenas em localidades onde a
incidência da doença é grande, o fumacê, por conta do inseticida usado na
composição dos seus vapores, está no centro de grandes discussões. A substância
pode provocar alergias (respiratórias ou na pele) em pessoas mais sensíveis.
Portadores de doenças
respiratórias também devem evitar o ambiente que esteja tomado pela fumaça do
fumacê. A recomendação é que se retire de casa os indivíduos vulneráveis, mas
que as janelas e portas fiquem abertas para que os insetos que estão dentro de
casa sejam eliminados. Outra reclamação direcionada ao fumacê é o fato dele
também matar os demais insetos e animais menores, o que causa desequilíbrio
ambiental. Para quem tem pássaros em gaiolas, a orientação é trocar a água das
aves depois da passagem do fumacê.
Os coordenadores do
PMCD, porém, tranqüilizam a população e garantem que o produto dissolve muito
rápido, a concentração permitida pelos protocolos estão sendo respeitadas e
destacam que num período de uma semana a natureza se recompõe. “Por isso que nós
não podemos passar o fumacê na mesma localidade todos os dias como querem
alguns. O prazo protocolar é uma vez por semana”, destaca Roberto, lembrando que
“os proprietários de quintais grandes, oficinas, galpões, se desejaram, podem ligar
para a nossa sede, combinar com alguém da nossa equipe que esteja na
localidade, e nos levamos o fumacê no interior do local apontado”, concluiu.
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