Flávio
Azevedo
Miraculosamente as águas do mar se abriram e uma avenida foi criada para que os israelitas passassem. |
Uma das
histórias mais significativas da Bíblia está escrita no livro de Êxodo. Os
primeiros capítulos dão um panorama dos 430 anos de escravidão dos israelitas
no Egito, nação considerada o berço da civilização moderna. O sofrimento dos cativos
era grande. Aliás, boa parte das pirâmides e outras maravilhas do Egito antigo contam
com mão de obra escrava dos israelitas e outros povos. A narrativa bíblica diz
que com o objetivo acabar com esse cativeiro, Deus chamou Moisés para liderar os
israelitas. Faráo discordou, mas depois de muitos flagelos, ele autorizou a
partida dos israelitas.
Ao ver,
porém, toda aquela mão de obra, gratuita, indo embora, faraó se arrependeu e enviou
os seus exércitos em busca dos israelitas. A missão dos generais era trazer os
escravos de volta. Ao ver os soldados inimigos se aproximando, diz o capítulo
14 que os
filhos de Israel temeram. O temor era compreensível, porque se na retaguarda os
soldados se aproximavam, diante deles estava o mar vermelho e, ao lado, eles
estavam cercados por montanhas.
Ao ver o povo com
medo e lamentando a sorte, Moisés consultou a Deus, que respondeu: “Por que
clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marche”. Alguns podem ter pensado: “Mas
marchar para dentro d’água? Como assim?”. Segundo o relato bíblico, Moisés
ergueu os braços, o mar se dividiu e uma estrada de areia se abriu diante dos
israelitas. Quando o último israelita alcançou a margem oposta, Deus ordenou
que Moisés estendesse novamente a mão sobre o mar para que as águas retornassem
ao seu lugar. Moisés obedeceu e os egípcios se afogaram. O relato bíblico diz que
“nenhum deles ficou”.
Na tentativa de capturar os israelitas, o exército de faraó se afogou |
Diante dessa
narrativa, que lições nós podemos tirar? Primeiro: o contato que Moisés demonstra
ter com Deus. A verdade é que Deus quer ter o mesmo contato conosco nos dias
atuais. Basta ter fé, consagração e comunhão. Segundo: diante de cada problema
que nos aflige, é sempre importante consultarmos a opinião de Deus. Eu não
tenho dúvida que se abrirmos os ouvidos da fé, certamente iremos ouvir de Deus a
seguinte ordem: “marche!”.
O livro de Mateus, no
capitulo 24, verso 13, o evangelista escreve parte de um dos sermões de Jesus
Cristo. Nesse trecho o mestre disse que “aquele que perseverar até o fim será
salvo”. Perseverança, um termo pouco conhecido nos dias atuais, onde segundo o polonês Zygmunt Bauman,
tudo é líquido, tudo é relativo, tudo é volátil, porque a correria dos tempos
modernos ofuscou a perseverança. Sendo assim, se um problema lhe aflige,
lembre-se sempre que a orientação de divina para nós é: “continue marchando”.
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