Flávio Azevedo
A formatura foi marcada por um misto de triunfo e despedida. |
Uma das unidades escolares mais respeitadas
do cenário educacional de Rio Bonito e Região, a Escola Criar, ao completar 22
anos de existência mostra que está em franco crescimento. A prova disso é a
formatura da primeira turma de Ensino Médio da unidade, evento que ocorreu no
Esporte Clube Fluminense, numa solenidade que contou com a participação dos
formandos, familiares, professores, direção da escola e colaboradores. Empolgados
com o leque de escolhas e experiências que surgem diante deles, a formatura foi
marcada por um misto de triunfo e despedida.
Além de acompanhar a solenidade, a
nossa reportagem entrevistou a professora Melissa Cardozo, escolhida pelos
formandos para a função de paraninfa da turma. Ela começou afirmando que “num
país onde o professor é tão desvalorizado pelo governo, ser valorizado pelos
alunos compensa as frustrações acumuladas ao longo da carreira. Foi uma
realização para mim. A Educação é libertadora e na Escola Criar nós trabalhamos
com os alunos como se eles fossem os nossos próprios filhos. Isso é maravilhoso
e as experiências positivas são muitas”.
Não são poucas as correntes que
defendem a ideia de que a desvalorização dos professores é uma artimanha que objetiva
emperrar a Educação e fazer o aluno desistir da escola. A ideia é impedi-lo de
se enxergar como um ser social. Formada em História, a professora Melissa
Cardozo concorda e acrescenta que “o visível caos da Educação brasileira tem
como propósito inibir a formação de cidadãos pensantes”.
– A prova disso é que nós brasileiros esquecemos
tudo com muita facilidade. Algo nos incomoda, mas aquilo logo cai no
esquecimento. Entretanto, nós estamos aí exercendo o nosso papel e, precisamos,
nós professores, dar o nosso melhor. Saímos da faculdade sempre com a impressão
que iremos transformar o mundo, o que geralmente não ocorre. Todavia, não
podemos esquecer que nós (professores) somos agentes transformadores – frisou.
A professora Melissa Cardozo durante a formatura. |
Acompanhando o pensamento do sociólogo
francês, Émile Durkheim, pensador que defende a tese de que uma Educação
Primária (familiar) ruim reflete diretamente no aproveitamento da Educação
Secundária, a professora aponta a família como base de tudo.
– As pessoas hoje mudaram muito, os
modelos de família variam e nós precisamos entender esse contexto e a função de
cada um. A escola tem um papel, a família tem outro. Internamente essa família
também tem papéis. A mãe exerce um papel, o pai outro, os irmãos também tem as
suas funções e isso precisa ser debatido amplamente – pondera a professora.
Cooperação entre escola e família com
o objetivo de dar melhorar formação aos alunos é o modelo educacional defendido
pela Escola Criar e endossado pela professora. Ela acrescenta que os alunos
devem ser olhados pelo professor com sensibilidade, a situação individual de
cada indivíduo deve ser analisada, “e não adianta esperar que isso venha de
cima (autoridades), porque quem está em sala de aula é o professor, portanto, está
em nossas mãos fazer a diferença”.
– Precisamos ajudar os nossos alunos a
aprender para a vida e não apenas para fazer prova. O meu sonho é que um dia
nós tenhamos no Ensino Fundamental II e no Ensino Médio, a mesma proximidade
que percebemos na Educação Infantil, segmento em que escola, professor e
família são mais alinhados e se amam mais – concluiu.
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