Flávio Azevedo
Por conta de uma série de fatores de ordem política e administrativa, em Rio Bonito/RJ, Carnaval de verdade só em 2014. |
Estamos às portas do Carnaval. Em Rio
Bonito, porém, a folia não será a altura das tradições da cidade. É o que vem
informando os integrantes do alto escalão do governo municipal de Rio Bonito. O
anúncio provocou o descontentamento de alguns foliões e carnavalescos, mas a
realidade é essa. Diante desse cenário, surge a notícia de que o prefeito de
Petrópolis, Rubens Bomtempo, anunciou que os recursos que seriam direcionados a
“festa de Momo”, orçados em R$ 1 milhão, serão direcionados a saúde do
município.
– Não é o
cancelamento do Carnaval. Apenas os recursos, que seriam encaminhados para a
festa serão direcionados em outra direção. Estamos pensando no bem-estar da
população – disse o presidente da Fundação de Cultura e Turismo, Juvenil dos
Santos.
Outros
tradicionais eventos petropolitanos, como o Baile dos Fantasmas e o Banho a
Fantasia, estão mantidos, assim como os bailes que ocorrem nos bairros. A
Matinê no Obelisco também está mantida. A diretora de patrimônio da Escola de
Samba Independente de Petrópolis, Marilda da Silva Antunes, elogiou a medida
tomada pelo prefeito Rubens Bomtempo. “A saúde do município está um caos e
precisa de todo o apoio. Não é justo realizar uma festa, enquanto os hospitais
estão sem leitos e sem remédios”.
Rio Bonito
Em Rio
Bonito, há quem diga que a administração municipal deveria repetir a
iniciativa, uma vez que no último dia 03 de janeiro, em entrevista coletiva, a
prefeita Solange Almeida (PMDB) anunciou
que a dívida da Prefeitura Municipal (restos a pagar) é de cerca de R$ 21
milhões. “O ex-prefeito José Luiz Antunes me apresentou um balancete que
mostrava uma dívida de R$ 15 milhões. Entretanto, com os débitos do município
com Instituto de Previdência dos Servidores Municipais de Rio Bonito (Iprevirb)
esse valor chega a R$ 21 milhões”, declarou a prefeita, acrescentando uma série
de muitos outros problemas que ela terá que enfrentar a frente do município.
É claro que o Carnaval é uma festa que
representa a essência do brasileiro. Entretanto, é importante se aprofundar no
assunto. Para tal, a pergunta “porque é preciso tanto dinheiro para uma festa
que tem o nome de “maior festa popular do país?”, se faz necessária. Diante
desse cenário, convém lembrar que o Carnaval não é uma manifestação do povo há
muito tempo! Culpa do poder público, que inventou um “negócio” chamado SUBVENÇÃO,
instrumento que deveria ser repensado. A essência do folião que prepara a sua
fantasia para sair e brincar o Carnaval deu lugar ao “vamos fazer um bloco para
faturar o dinheiro da Prefeitura”.
Há muito tempo que o Carnaval, assim
como o futebol, deixou de ser uma brincadeira e se transformou num negócio na
essência da palavra. Aliás, um negócio excludente, onde o pobre (com quem surge
o Carnaval) não tem vez. O pobre pode até participar, mas que seja empurrando o
carro alegórico que carrega a atriz famosa da televisão. Nas cidades do
interior não é diferente!
Fica muito nítido que é obrigação do
poder público providenciar a infraestrutura necessária para a diversão dos
foliões, mas salta aos olhos que os verdadeiros amantes do Carnaval não precisam
de recurso público para se divertir. O sujeito que realmente é apaixonado pela “festa
de Momo” realiza, durante o ano, bingos, almoços, eventos, festas juninas,
bailes, sempre com o objetivo de arrecadar dinheiro para o ‘gran finale’: o
baile de Carnaval ou o desfile da agremiação do seu coração na avenida!
– As pessoas tornaram-se dependente do
poder público em todos os setores e no Carnaval não é diferente. A meu ver, o município
deveria entrar apenas com recurso estrutural e promocional. Bancar o evento deveria
ficar por conta da iniciativa privada, sobretudo dos principais interessados.
Ou seja, lojistas e setores do comércio que lucram com o evento – pondera um
folião que pede para não ser identificado.
Experiente e acostumado a participar
ativamente das “festas de Momo” em Rio Bonito, o folião acrescenta que “por
outro lado, a Prefeitura deveria estimular a independência e não consolidar o
atrelamento que tem um único objetivo: encabrestar o folião e puxar a
influencia dos líderes carnavalescos para o seu lado”, concluiu.
Apoiado. Sempre fui contra a `Prefeitura entrar com dinheiro para blocos ou escolas de samba. Algumas vezes num passado não muito distante me coloquei a disposião de amigos presidentes de blocos para promovermos almoços para arrecadar dinheiro, nunca fui procurada por nenhum deles, com certeza é muito mais cômodo ficar esperando verba da prefeitura, da menos trabalho.
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