Flávio Azevedo
O jornalista completou 80 anos de vida nessa terça-feira (19/02). |
Completa 80 anos nessa terça-feira
(19/02), o jornalista Alberto Dines. Em seus mais de 50 anos de carreira, ele dirigiu
e lançou diversas revistas
e jornais no Brasil e em Portugal.
Leciona jornalismo desde 1963. Foi professor visitante da Escola
de Jornalismo da Universidade
de Columbia, em Nova York em 1974 e passou por todas as grandes mídias do país,
lançando, inclusive a revista “Exame”.
Depois de anos driblando a Ditadura à
frente do Jornal
do Brasil, Dines foi demitido em junho de 1984 justamente por publicar um
artigo que contrariava a direção do jornal, ao criticar a relação amistosa de
seus donos com o governo do Estado do Rio de Janeiro.
Escreveu mais de 15 livros e criou o
site Observatório
da Imprensa (que também era um programa semanal na antiga TVE). O objetivo era acompanhar
o comportamento da mídia brasileira. Atualmente Alberto Dines é pesquisador
sênior do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp,
do qual foi co-fundador, além de coordenar o Observatório
da Imprensa on-line
e pela televisão.
Polêmica
Apesar da admiração que tenho pela
longevidade do jornalista Alberto Dines, considerado o pai da crítica no
Brasil, ele por vezes, segundo textos que rodam na internet, ataca outro
conhecido nome da comunicação brasileira: o âncora Boris Casoy. No programa
Roda Viva, da TV Cultura, e na revista da ABI, a Associação Brasileira de
Imprensa, Alberto Dines apareceu de dedo em riste: acusando Boris de tê-lo
cortado a cabeça, enquanto diretor da Folha de S. Paulo.
Boris Casoy mandou sua carta-resposta
para a ABI, que não a publicou. Casoy sentiu-se censurado, e mandou o repique
para alguns amigos. A verdadeira história nem Dines nem Casoy relatam. “Dines era chefe da Sucursal da Folha no Rio
de Janeiro. E nos anos 80 mandou para São Paulo a famosa história de que um
empregado da Coca-Cola havia caído num tonel da bebida, e acabou afogado e
derretido. A Folha publicou. Meses depois, confirmou-se que a história era
falsa. Boris ficou na cola de Dines, que endossou a veracidade da história, mas
acabou esquecendo”.
Meses mais tarde Dines escreveu na
página dois da Folha um violento artigo contra Paulo Maluf. Boris o mandou para
o dono do jornal, Octavio Frias de
Oliveira. E decidiu-se que o artigo de Dines sairia publicado à página
cinco do jornal, bem no abre. O que não aconteceu.
Nesta altura Boris Casoy estava em
viagem à China. Na sua ausência, um secretário de redação alertou a Octavio
Frias de Oliveira que Dines vinha mandando diariamente o artigo a São Paulo,
“até que fosse publicado”. Ao ler o artigo, finalmente, o finado “seu Frias”
resolveu pela demissão do Alberto Dines: pelo fato de Dines insistir tanto em
peitar uma ordem.
A história acima é o que se passou.
Contudo, nem Dines, nem Casoy, gostam de vê-la contada. E quem demitiu Dines
não foi Casoy, mas o dono do jornal.
Fonte: Cláudio Julio Tognolli
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