segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Ainda faltam médicos e sobram caras de pau


Flávio Azevedo

Por cerca de 15 anos este jornalista trabalhou como técnico de enfermagem. Nos últimos anos a serviço da profissão, ele atuou no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
A nossa seguidora Vanessa Lessa, indignada, postou no meu perfil no Facebook que por conta de problemas de Saúde, uma pessoa de Rio Bonito, no último fim de semana (16 e 17/02) precisou recorrer ao município de Tanguá, porque em Rio Bonito não havia médico de plantão. Sobre esse problema, eu primeiro destaquei que o governo que era ruim para a Saúde já se foi há 49 dias e os médicos continuam sumindo. Ué...! O que estará acontecendo?

Bom, aproveitei a ocasião para dar um desabafo nos puxa-sacos e boca abertas que apoiam o atual governo. É sempre bom lembrar que, sobre Saúde, a postura que eu tinha no governo anterior está mantida. Quando eu dizia que os problemas da Saúde (sobretudo falta de profissionais médicos) nem sempre é de quem está sentado na cadeira do Executivo ou comandando a Secretaria Municipal de Saúde, as pessoas me chamavam de protetor de secretário!

Aliás, quem diria! O sujeito sair de Rio Bonito para buscar atendimento em Tanguá! Quando eu trabalhava no SAMU, sempre fazia atendimento em Tanguá, Itaboraí e Silva Jardim. Nesses municípios, as pessoas, simplesmente, imploravam para serem removidas para o hospital de Rio Bonito (Darcy Vargas)!

Como se não bastasse, a nossa também seguidora, Rita Teixeira; comenta na mesma postagem da Vanessa, que, em Silva Jardim, município onde ela trabalha, as pessoas continuam pedindo para serem trazidas para Rio Bonito; “e isso aconteceu no sábado (16/02)”. Porém, ela foi parar em Niterói com uma gestante, porque em Rio Bonito não tinha um obstetra de plantão. Em Itaboraí, a terra do Comperj, ela conseguiu apenas uma avaliação, mas vaga que é bom nada. Foram seis horas com a paciente na ambulância, já que em Silva Jardim também não tinha o tal especialista.

Eu, Flávio Azevedo, que por vários anos trabalhei como técnico de enfermagem, confesso que conheço bem essa história. Sei o que é ficar 12h com um paciente moribundo no "camburão" da SAMU! Por conta disso, em 2007 ou 2008, eu fui à Central da SAMU em Niterói, falei um monte de desaforos para quem coordenava o serviço; ouvi também um monte de impropérios e absurdos; e resolvi, definitivamente, virar jornalista (estava na faculdade e já exercia a função), por entender que aqui eu incomodo muito mais e consigo interferir de maneira importante nesse processo perverso e politiqueiro!

Recomendo a leitura do texto “Faltam Médicos e Respeito” escrito e publicado aqui nesse espaço em abril de 2012. No link a seguir:

http://jornalistaflavioazevedo.blogspot.com.br/2012/04/hipocrisia-na-saude.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário