Por Flávio Azevedo - Reflexões
Foi na noite fria de um dia oito de dezembro... O ano era 1980... O inglês John Lennon era assassinado. Trinta anos depois da sua morte, ele seja, talvez, o músico mais famoso de todos os tempos, e o político de ideias mais geniais da história mundial. O crime aconteceu em frente a sua residência, o edifício Dakota, em Nova York. O autor do assassinato, um jovem chamado Mark Chapman, se dizia fã de Lennon, mas atirou cinco vezes contra ele.
Não foram apenas os fãs do Beatles que ficaram órfãos com a morte de John Lennon, mas todos aqueles que acreditavam nos ideais de paz e amor pregados por ele durante os últimos anos de sua carreira.
O ex-beatle desapareceu ainda jovem. Tinha apenas 40 anos. Segundo a história, há anos Lennon havia deixado para trás a rebeldia e o título de Beatle. O seu objetivo era dar vazão ao seu lado político, através do seu incomparável talento para compor e de suas fantásticas ideias contestadoras.
O rompimento com os Beatles havia acontecido 10 anos antes da sua morte, quando ele passou a dedicar-se a trabalhos solos. Nesse tempo, aconteceu o casamento com a artista plástica japonesa, Yoko Ono, suposta causadora do fim dos Beatles. Se ela realmente contribuiu para acabar com a banda dos “garotos de Liverpool”, a japonesa teria sido a grande incentivadora do lado político de Lennon.
Mas voltando ao crime, o músico foi abordado por um suposto fã, exatamente 30 dias depois do lançamento do álbum, “Double Fantasy”. O homem pediu um autógrafo no novo LP e foi gentilmente atendido. Porém, cerca de 5 horas depois, John Lennon era friamente assassinado por esse fã.
Há quem diga que o assassino era obcecado por John. Ele imitava o estilo do ex-beatle. Para se tornar ainda mais parecido com John Lennon, o assassino teria se casado com uma japonesa. A idolatria, porém, afetou a saúde mental do jovem Mark Chapman – embora eu acredite que esse tipo de comportamento é de quem, há muito tempo, não tem a cabeça no lugar.
Depois de preso e interrogado pela polícia, Chapman teria revelado que matou John Lennon por ter descoberto que o ex-beatle era uma farsa. Ele colocou na cabeça que o músico não merecia mais viver e tirou-lhe a vida.
Eu confesso ao amigo leitor que eu nunca consegui qualificar ou classificar o assassinato e assassino de John Lennon. Na época do crime eu tinha apenas cinco anos de idade.
Completaria seis anos, quatro dias depois. Entretanto, quando conheci, ainda na minha pré-adolescência (11 anos), o artista e filósofo John Lennon, ao saber a condição do seu assassinato – morto por um fã – eu fiquei estupefato. Não foram poucas as vezes que tive vontade de castrar o tal Mark Chapman.
Mas quando cheguei a maturidade, eu descobri que John Lennon continuava vivo através das letras inigualáveis de suas músicas, através das melodias incomparáveis que produziu e, principalmente, por conta das suas ideias transformadoras que deveriam nortear a todos nós.
Acredito que se o mundo colocasse em prática, parte da letra da melodia “Imagine”, a primeira dele que eu conheci – traduzindo o texto durante uma aula de inglês – tragédias como a que vitimou Lennon e, diariamente, vitima outros anônimos mundo a fora, certamente seriam minimizadas! A violência dos poderosos, que julgam serem donos do poder, não existiria. A intolerância comportamento freqüente entre em todas as classes sociais, não seria possível. Veja o que diz a melodia “IMAGINE”:
Imagine que não há paraíso
É fácil se você tentar
Nenhum inferno abaixo de nós
Acima de nós apenas o céu
Imagine todas as pessoas
Vivendo para o hoje
Imagine não existir países
Não é difícil de fazê-lo
Nada pelo que matar ou morrer
E nenhuma religião também
Imagine todas as pessoas
Vivendo a vida em paz
Você pode dizer
Que eu sou um sonhador
Mas eu não sou o único
Espero que um dia
você se junte a nós
E o mundo, então, será como um só
Imagine não existir posses
Me pergunto se você consegue
Sem necessidade de ganância ou fome
Uma irmandade de homens
Imagine todas as pessoas
Compartilhando todo o mundo
Você pode dizer
Que eu sou um sonhador
Mas eu não sou o único
Espero que um dia
Você se juntará a nós
E o mundo, então, será como um só
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
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