quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Monsenhor Guedes preocupado com os valores e com a violência silenciosa

Por Flávio Azevedo

Hoje, 8 de dezembro de 2010, é o dia da Padroeira de Rio Bonito, a Nossa Senhora da Conceição. Que os riobonitenses, sobretudo os fieis católicos, analisem e pratiquem alguns dos muitos sermões e orientações do Monsenhor Guedes, e também do Padre Eduardo Braga, atual pároco da Igreja Matriz de Rio Bonito. Se isso acontecer, penso que Rio Bonito pode ser uma cidade melhor!


Preocupado com a segurança da população riobonitense, o pároco da Igreja Nossa Senhora da Conceição de Rio Bonito, monsenhor João Alves Guedes, está cobrando das autoridades ações que melhorem a segurança da cidade. Monsenhor Guedes destaca que esse é o tema da Campanha da Fraternidade 2009 – Fraternidade e segurança pública. De acordo com o pároco, negar que falta segurança em nossa cidade é querer esconder o óbvio. “Nós vivemos numa constate insegurança, porque nossos direitos estão sendo invadidos pela petulância, atrevimento e a falta de educação de alguns, ou de muitos, talvez”, frisa ele. A entrevista aconteceu no programa “O Tempo em Rio Bonito”, da rádio Sambê FM (105,9), no dia 12 de abril de 2009.

Além da formação religiosa, monsenhor também possui o bacharelado em sociologia e filosofia, o que lhe permite fazer uma leitura da sociedade com autoridade. De acordo com ele, existem muitas formas de violência. “Não é só bala perdida, pessoas tombando pelas praças, o carro sendo roubado, que podemos considerar violência, porque existe uma guerra fria aqui no nosso trânsito, onde os índices de morte superam as guerras dos países estrangeiros. Hipocritamente condenamos a guerra lá fora, e fazemos bem em condenar, mas o percentual de vidas perdidas a cada feriadão é uma coisa muito séria”, lamenta.

Violências não observadas

Para Monsenhor Guedes, a preservação do bem público e do bem comum também é uma segurança que deve ser garantida pelas autoridades. “Nós temos o direito de ir e vir, o direito a ter água na torneira, direito a ter uma rua sem buraco, direito a ter casas construídas, depois da calamidade que aconteceu em novembro do ano passado”, comentou. Ainda segundo Monsenhor, como essas são coisas que tem acontecido em nossa sociedade, “as autoridades não podem se negar a perceber que a insegurança existe, porque o cidadão está sendo agredido, pela falta de acesso aos seus direitos”.
O pároco lembra que não se pode dizer que a violência é o único problema social que existe. Ele enfatizou que a população precisa de segurança no trabalho, porque as pessoas estão no emprego, mas estão morrendo de medo de serem mandadas embora. “Isso precisa acabar, porque o ser humano tem que ser respeitado”, aconselha.

Festas, adolescentes e valores familiares

Durante entrevista que concedeu ao programa “O Tempo em Rio Bonito”, da rádio Sambê FM (105,9), no último domingo (12), monsenhor Guedes também criticou a presença de crianças nas festas da cidade. Ele reiterou ninguém vai para o inferno porque bebe cerveja, “mas é triste ver tanta criança se embriagando”, e ressaltou que o problema não está em participar da festa. O pároco também falou sobre gravidez na adolescência e voltou a abordar a questão dos valores familiares.
“Hoje, os métodos utilizados para ampliar a família não são os mais adequados. Vejo meninos imberbes, de pernas finas, falando fino, com a cara amarrotada de sono e que já são pais. Pelo amor de Deus! Brincar de fazer filho, de engravidar, de ser avó e dizer que não tem problema, é crime”.

Para o sacerdote, se existe exagero entre os jovens e adolescentes, as famílias são coniventes. Ele acredita que esse comportamento inconseqüente reflete diretamente na segurança. “Quando chega a gravidez, os engraçadinhos de Brasília querem cortar esses efeitos com práticas condenáveis e violentas como o aborto”, alerta. Monsenhor também condenou a separação dos casais e associou a rebeldia dos adolescentes aos divórcios.
“Os meninos e meninas chegam em casa e encontram lá um senhor, que não podem chamar de pai, porque o pai verdadeiro já foi embora. Eles então chamam o amante da mãe de tio, mas tio é o irmão do nosso pai e da nossa mãe!”, criticou.

Monsenhor concorda que as famílias estão fugindo da responsabilidade de educar os filhos e consequentemente transferindo essa obrigação as instituições. De acordo com ele, podemos ter as melhores escolas e segmentos de formação do mundo, mas se isso não começa na família, é um problema. “Ninguém substitui pai e mãe, principalmente quando eles estão vivos. Mas infelizmente se faz isso por uma circunstância que não deveria existir. O futuro do mundo passa pela família, porque onde não tem família, tem intriga, tristeza, lágrima e um futuro duvidoso”, concluiu.

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