Por Flávio Azevedo
Ainda não se sabe quando acontecerá a eleição da mesa diretora da Câmara de Vereadores de Rio Bonito. A escolha da nova presidência estava marcada para a última terça-feira (30), mas por falta de quorum não aconteceu, o que acabou trancando a pauta da Casa, impedindo a aprovação de mensagens importantes para o funcionamento do município. Além do Orçamento de 2011, também estão aguardando a apreciação dos vereadores, a aprovação do abono natalino para os funcionários contratados, três mensagens direcionadas a Secretaria de Saúde e as contas do prefeito José Luiz Antunes (DEM) – referentes ao exercício de 2008.
De acordo com o secretário de Planejamento, Ronaldo Elias de Moraes, os funcionários efetivos também correm o risco de ficar sem os seus pagamentos e 13º Salário. “O município tem o dinheiro para fazer o pagamento, mas o prefeito precisa fazer uma suplementação que deve ser aprovada pela Câmara. Nós ainda não enviamos a mensagem, mas como a pauta do Legislativo está trancada, nós não sabemos quando vai sair o pagamento”, comentou o secretário, que demonstrou preocupação com o comércio da cidade.
– Estamos em dezembro, o Natal está se aproximando, o comércio conta com a injeção financeira que chega ao mercado através do pagamento dos servidores, mas esse impasse entre os vereadores está nos deixando muito preocupados – frisou.
O dia da eleição
Na sessão da última terça-feira, quando a eleição deveria ter acontecido, apenas o grupo do vereador Humberto Belgues (PSDB), candidato a presidência da Casa que representa a situação, compareceu. O grupo do parlamentar tucano é composto por Fernando Soares (PMN), Saulo Borges (PTB) e Aliézio Mendonça (PP).
Os vereadores Marcus Botelho (PR), candidato a presidência; Carlos André Barreto de Pina, o Maninho (PPS); Rita de Cássia (PP), Marcinho Bocão (DEM); Carlos Cordeiro Neto, o Caneco (PR) e Abner Alvernaz Júnior, o Neném de Boa Esperança (PMN), faltaram a sessão. Os vereadores, Maninho, Caneco e Neném de Boa Esperança apresentaram atestado médico.
Encerrada a sessão, o presidente da Casa, vereador Fernando Soares, informou que como não houve eleição, a pauta da Câmara estava trancada, “mas nós estaremos aqui diariamente para fazermos a eleição, destravarmos a pauta da Casa e aprovarmos as mensagens de interesse do município”, esclareceu.
No dia seguinte, quarta-feira (1º), além dos quatro parlamentares do grupo do vereador Humberto, apenas a vereadora Rita de Cássia compareceu. Com apenas cinco vereadores não foi possível realizar a eleição da mesa diretora, procedimento que precisa da presença da maioria para que seja realizado. Outra reunião foi marcada para a quinta-feira (2), quando compareceram os quatro vereadores da situação e o vereador Márcio Mendonça, que saiu antes das explicações pessoais. Outra vez o quorum não foi suficiente e a reunião foi remarcada para ontem (sexta-feira, 3).
Além dos quatro parlamentares da situação, compareceu a sessão desta sexta-feira (3) apenas o vereador Marcus Botelho, que pediu “de forma verbal”, uma cópia da resolução que regulamentou a eleição da mesa diretora. O presidente da Casa pediu que o parlamentar fizesse o pedido por escrito. Botelho se retirou antes das explicações pessoais e não ouviu o vereador Humberto Belgues dizendo que “agora existe uma escala entre os demais vereadores para ver quem vai faltar”.
População insatisfeita
Nossa reportagem foi às ruas da cidade ouvir a opinião da população sobre a queda de braço entre os vereadores e descobriu que ela não está muito informada e nem preocupada com o que acontece no poder Legislativo. Vários entrevistados não sabiam opinar, outros não quiseram falar e alguns demonstraram indiferença com a situação.
É o que demonstrou a técnica de informática Cláudia Oliveira, de 28 anos, moradora do Green Valley, que não quis opinar, mas deixou um recado: “eles estão correndo atrás do ganho deles e eu estou correndo atrás do meu. Ainda bem que eu não preciso de políticos para sobreviver”, disse.
Já o servente Mario Trindade, de 46 anos, morador de Tanguá, lamentou a confusão entre os vereadores e demonstrando conformismo disse achar que em todo lugar isso acontece. “Lá em Tanguá eles estão sempre se estranhando, brigam com o prefeito, mas as desavenças nunca acontecem em favor do povo”, disparou.
O operador de caixa Ramon Teixeira, de 23 anos, morador do Centro, demonstrou indignação, classificou a classe política com termos impublicáveis e revelou que não vota em ninguém.
– Desde que eu ‘fiz’ o meu título eu nunca votei. Voto porque sou obrigado! É por isso que eu anulo o meu voto em toda eleição! É um absurdo isso! Se eu faltar um dia de trabalho o patrão desconta o meu salário. Essa turma falta, não vai, impede o progresso do município e nada acontece com eles! – esbravejou.
Relembre o caso
De acordo com a Procuradoria da Câmara, o projeto de resolução, inicialmente, marcava a eleição da nova mesa diretora para o dia 16 de novembro. As chapas dos candidatos a presidência também deveriam ser apresentadas na mesma data. O vereador Carlos Cordeiro Neto, o Caneco, fez uma emenda mudando a data da eleição para o dia 30 de novembro, mas não citou a data da apresentação das chapas. No dia 16 de novembro, apenas o vereador Humberto Belgues registrou a candidatura. O vereador Marcus Botelho, candidato da oposição, não registrou sua chapa no dia 16, perdeu o prazo e os problemas começaram.
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Isso é uma pouca vergonha
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