Por Lívia Louzada
Superação e conquista. Essas palavras fazem parte da história da vida do atleta paraolímpico Josiel Muniz Silva, o Jô, de 27 anos, morador do Sambê, em Rio Bonito. Além de atleta, ele é fiscal de caixa, do Supermercados Tinoco, e ainda integra o time de vôlei paraolímpico, da Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos (ANDEF). Em outubro deste ano, pela segunda vez consecutiva, seu time ficou em terceiro lugar no Campeonato Brasileiro Paraolímpico do esporte, que aconteceu na cidade de Barueri, em são Paulo. Mas segundo Josiel, sua intenção é fazer parte da seleção brasileira paraolímpica e quem sabe, “disputar uma olimpíada”.
Apesar das conquistas, Josiel precisou de ajuda para chegar ao lugar que está. E nem sempre as coisas foram fáceis. Em 2002 ele se envolveu em um acidente entre um carro, e a moto em que ele estava. Para não bater de frente com a motocicleta, o motorista do carro tentou desviar, mas bateu na lateral da moto, atingindo uma das pernas de Josiel. Ele ficou internado por alguns dias, e precisou amputar quase toda a perna.
O atleta conta que para se adaptar as novas limitações, precisou do apoio de amigos e da família, além de ajuda psicológica. “No início foi muito complicado, porque eu era muito ativo, fazia esportes, estava sempre jogando futebol. Minha família e amigos foram muito importantes. Eles me apoiaram e começaram a me mostrar exemplos de pessoas deficientes que apesar dos problemas, seguiram em frente na vida. E isso me deu motivação”, diz Josiel.
Depois da injeção de ânimo, Josiel recomeçou sua vida com o esporte que mais gostava, o futebol. E como não conseguia jogar, montou um time para comandar. Foi quando conheceu o atleta paraolímpico Carlos Augusto, mais conhecido como Guto, morador do Green Valley, que na época jogava na ANDEF. Guto então o chamou para conhecer o trabalho da Associação e ingressar no time de vôlei, e há quase dois anos, Josiel faz parte da equipe.
O atleta explica que todos os jogadores do time tem uma deficiência, mas nem por isso as regras do jogo são diferentes. “As regras são as mesmas de uma partida normal, as únicas diferenças, são a altura da rede, que tem 1,10m, o espaço em que jogamos, que é menor, e que jogamos sentados”, explica.
Ele conta ainda que ficou muito feliz com a conquista no brasileiro deste ano, e que já esperava o resultado. “Eu acreditava no time, pois o nível dos atletas é alto. (Na equipe de Josiel, jogam dois atletas que também atuam na seleção brasileira). Agora eu quero alcançar mais coisas. Ficou um gostinho de quero mais. Minha meta é chegar a seleção, me manter nela, e disputar uma paraolimpíada”.
Apesar do time ser patrocinado pelo Governo do Estado, e pela Loterj, por enquanto Josiel recebe apenas uma ajuda de custo para os treinos, que acontecem três vezes por semana, na sede da ANDEF. Ele conta que não consegue viver apenas do esporte, já que é casado e tem dois filhos, e por isso tem outro trabalho. Mas nem por isso reclama da função que exerce no supermercado. “Quero continuar jogando, ganhando títulos, e trabalhando aqui (no Supermercado Tinoco), pois eles (a direção do estabelecimento) me dão total apoio e motivação para prosseguir.
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